04 March 2009

Amazon.com Review: Designing Inclusion


Designing Inclusion: Tools to Raise Low-end Pay and Employment in Private Enterprise
by Edmund S. Phelps



 
5.0 out of 5 stars THE ECONOMICS OF SOCIAL INCLUSIONMarch 1, 2009
Edmund Phelps is the very best eocnomist to tackle employment as a problem to be solved. In this very short book, Phelps puts in policy making language the findings that have made him famous and earn a Noble Prize. 

The problem is clear: how to improve the lot of low wage earners. Low wages, though they may seem economically efficient, carry along heavy social externalities, such as malnutrition, poor education, poor health, etc. Phelps explores the economic alternatives to improve the lives of low wage earners. He carries the reader through his thinking, presenting ample evidence and reasoning so that the reader arrives at his well thought out conclusion. 

Just as an advance of the book (in order not to leave one in suspense), his main conclusion is that a subsidy for companies to hire workers at a certain wage (a minimum social wage) is the best way to stimulate profit seeking companies to adjust wages to that level. A small subsidy is generally sufficient to achieve a good improvement in wages.

28 February 2009

Parceria Copa-KLM leva Manaus à Europa

Manaus agora conta com uma alternativa mais rápida de voo com a Europa.  Por USD 900 (preço muitas vezes semelhante ao voo Manaus - São Paulo sob o duopólio TAM/GOL), amazonenses agora podem ir e voltar da Europa.  

O voo ocorre duas vezes por semana, em codeshare da KLM com a Copa Airlines, com conexão imediata na cidade do Panamá.  Com um total de menos de 14 horas de voo e conexão, é a mais curta e mais barata opção para amazonenses e europeus se conectarem.  

Vide mais notícias a respeito:

A beleza da competição também na Amazônia

Esta semana tivemos duas boas notícias para o longo prazo da economia do Amazonas.  Um, a Azul, nova companhia aérea, solicitou à ANAC a permissão de voar a Manaus a partir de março.  Dois, a Oi decidiu estender  fibra ótica da Venezuela até Manaus.  São duas notícias que prometem catalizar a integração de nossa economia com o resto do país e do mundo. 

Avaliemos por um instante o fantástico impacto que ambas terão sobre nossa economia.  Desde que o duopólio Gol / TAM se instalou no país, tivemos grande aumento do preço de passagens aéreas em todo o país (que nunca foram baratas, para começo de conversa).  A entrada da Azul já faz efeito por exemplo no trecho São Paulo – Salvador; onde o preço caiu a menos de R$200 a perna contra mais de R$400 das competidoras.  Isto, é claro, antes da Gol e TAM reagirem; ao final, o consumidor é o grande beneficiado, com preços mais baixos e maior conforto (o vôo da Azul é em aviões da Embraer que não têm a horripilante e temível cadeira do meio).  Cabe lembrar que o motivo principal desta melhoria não é o bom coração da Azul, nem uma necessidade profunda da empresa de melhor servir os passageiros amazonenses.  O motivo é o lucro; se a Azul não obtiver lucro com suas operações no Amazonas, conte que não haverá coração nem necessidade que dê jeito.  E a forma mais eficiente de transformar esta busca desenfreada por lucro em benefícios para a sociedade é a competição.  Longa vida à competição!

O conceito da competição é antigo mas é pouco apreciado.  Entre empresas, é a competição que permite que preços baixem e que serviços e produtos melhorem.  O laptop no qual lhe escrevo é fruto de competição entre fornecedores de chip (no meu caso o vencedor foi a Intel).  O jornal que você lê se encontra em batalha campal com competidores.  Ótimo!  Todos se beneficiarão: leitores terão um produto melhor e mais barato, anunciantes terão melhores espaços e preços mais baixos e, em última instância, jornais serão melhores e mais criativos (ou morrerão).  A competição entre EUA e União Soviética levou o homem ao espaço e à lua.  Todos nos beneficiamos dela.

No segundo caso, a Oi tem a mesma motivação.  Há tempos que a Embratel detem o monopólio da fibra ótica em Manaus, com a única ligação seguindo a BR-319 até Porto Velho.  Com isto, sempre pôde extrair preços altos com serviço mediano (mas ainda assim melhor que as alternativas).  É o problema com a ausência de competição – não há preço de equilíbrio no mercado e não há busca desesperada por melhores serviços.  Entretanto, a Oi compreendeu que o mercado de Manaus, a preços atuais, oferece imensa oportunidade de crescimento e rentabilidade, se ao menos eles tivessem fibra ótica chegando aqui.  Eis a gênese da decisão de investir quase 100 milhões de reais para ligar Manaus.  Não é porque eles querem ver as crianças manauaras interligadas ao mundo ou facilitar a vida de filiais amazonenses trocando dados com suas matrizes.  É a velha busca pelo lucro, que temperada pela competição traz imensos benefícios à sociedade.

A competição é boa.  Reflita como ela pode contribuir à sua vida.  Como exemplo, Manaus hoje compete para ser subsede da Copa em 2014.  Garanto que se não tivéssemos cidades competidoras nosso projeto não seria tão bom.  Assim como a Oi e a Azul, Manaus compete para ganhar a preferência, seja de passageiros, internautas ou FIFA.

23 February 2009

Green Your Marriott Hotel Stay for $1/Day: Help Preserve The Rainforest and Combat Climate Change

Watch Our Video to Learn More and See the Rainforest: www.youtube.com/marriottgreen.

Photos available on Flickr.

BETHESDA, Md.Feb. 17 /PRNewswire-FirstCall/ -- In a bold move to help improve the climate, Marriott International, Inc. (NYSE: MAR) is launching a new way for guests to "green" their hotel stays. Now, when you book a room onwww.Marriott.com or visit http://www.marriott.com/green-brazilian-rainforest.mi, you can offset the carbon generated during your stay for as little as US$10, or US$1/day for 10 days. As part of Spirit To Preserve, Marriott's five-point environmental strategy, guests can contribute to a Brazilian rainforest preservation fund already supported with a US$2 million commitment by the company.

To view the Multimedia News Release, go to: http://www.prnewswire.com/mnr/marriott/37103/

"Conserving rainforests - the lungs of the Earth - is one of the most important things we can do to improve the climate," says Chief Financial Officer Arne Sorenson, who co-chairs Marriott's Executive Green Council. "According toConservation International and other environmental experts, the destruction of tropical forests contributes 20% of the world's greenhouse gas emissions and fuels climate change."

Through an agreement with the Amazonas Sustainable Foundation, Marriott and its guests are protecting 1.4 million acres of pristine rainforest in The Juma Sustainable Development Reserve in the State of Amazonas, Brazil. Without this intervention, up to 62 percent of the Juma rainforest will be lost to illegal deforestation activities by 2050, resulting in 4 million tons of carbon emissions in the first 10 years alone. TUV SUD, an independent accredited environmental auditing firm, has validated the project, awarding it "gold status" under the Climate, Community and Biodiversity Standards.

The fund also supports 2,500 residents of Juma who in turn will help protect the rainforest from illegal farming and logging. Contributions will help fund personnel and equipment to monitor and protect the forest, a school and education curriculum, medical facility, community center and more.

Prior to creating this carbon offset program, Marriott began the journey to reduce the company's carbon footprint, which has been certified by ICF International at 3 million metric tons of CO2 annually, or 69.5 pounds per available room. These goals include: Greening its $10 billion supply chain; further reducing fuel and water consumption by 25 percent per available room, and installing solar power at up to 40 hotels by 2017; creating green construction standards for hotel developers to achieve LEED certification from the U.S. Green Building Council; and educating and inspiring employees and guests to support the environment.

Marriott has been recognized for its environmental leadership in the hotel industry by several groups, including Ceres, an alliance of investors and environmentalists; the non-profit organization ClimateCounts.org; and Travel + Leisure magazine.

For terms and conditions of the program, visit http://www.marriott.com/green-brazilian-rainforest.mi.

For updates on Marriott's progress against its green goals, visit www.marriott.com/spirittopreserve, follow Green Marriott on Twitter and become a fan of Travel Green on Facebook.

Visit Marriott International, Inc. (NYSE: MAR) for a company overview.

21 February 2009

On rainforests, carbon sinks and corporate goodwill

It is with great pleasure that we begin to see change in the world regarding the preservation of the Amazon rainforest.  I would like to share two pieces of news that give great hope to the future of rainforests.  

First, scientists have uncovered an even stronger impact of rainforests on preventing global warming.  As CO2 concentrations in the atmosphere increase, it seems tropical forests actually adapt to increase their intake of carbon, growing accordingly.  It is now estimated that almost 20% of the globe´s annual carbon emissions are absorbed by rainforests.  Please see news below:


Additionally, this week we have the launch, on Marriott.com, of online publicity for the Marriott Juma project, the first project of its kind.  Marriott has joined with the state of Amazonas to preserve a reservation in the arc of deforestation in Brazil.  It is a successful project mainly due to the concern for improving the standards of living within the reserve, aside from just seeking to reduce deforestation.  The world has always talked about the Amazon, but it seems finally we have leaders who have chosen to step ahead.  As is often the case, the private sector shows the way.  Below is a link to Bill Marriott´s personal blog and company info on the project:

16 February 2009

Incentivos positivos para a conservação da Amazônia

Proposta para discussão no IV Fórum de Governadores da Amazônia Legal - Boa Vista, Roraima - 13 de Fevereiro de 2009

            Tradicionalmente, tem-se combatido o desmatamento na Amazônia por meio de incentivos negativos, tais como punições severas e aumento da fiscalização. Apesar de importante, esses incentivos são insuficientes.

            Torna-se necessária, pois, uma abordagem complementar, focada não no combate ao desmatamento, mas no fomento à preservação. Por meio do uso de incentivos positivos, os agentes econômicos tenderiam, naturalmente, a garantir a conservação da Amazônia. A seguir, algumas propostas para mecanismos são elencadas:

 

1.      Doações voluntárias: Experiências, como as da Noruega e da Coca-Cola, indicam uma disposição mundial de financiar, por meio de doações, a conservação da Amazônia. As duas principais iniciativas neste sentido são o (i) Fundo Amazônia (governo federal) e a (ii) Fundação Amazonas Sustentável. A prioridade é conferir transparência ao gasto dos recursos, de forma a melhorar as condições de vida de habitantes locais. Um exemplo de como isto pode ser feito é por meio do programa Bolsa Floresta, que remunera os habitantes de reservas no Amazonas pela preservação.

 

2.      Carbono florestal: Conforme o mundo se compromete com metas de reduções de emissões de gases de efeito estufa, a Amazônia desponta como possível fonte de grande parte da redução global de emissões. Por meio de mecanismos de mercado, estabelecidos formalmente pela ONU ou por países de maneira unilateral, as reduções de emissão no Brasil poderiam ser vendidas (créditos de carbono). Há duas alternativas para a distribuição destes recursos:

2.1.            Desmatamento evitado: a remuneração de habitantes ou dos proprietários de terras poderia dar-se por meio de créditos de carbono emitidos em função da projeção de desmatamento para determinada área. Estas projeções já existem e foram baseadas em métodos de previsão científica e publicadas em revistas científicas de grande reputação. Se o desmatamento ocorrido efetivamente for abaixo da projeção, o “desmatamento evitado” geraria créditos que poderiam ser vendidos. A desvantagem reside no fato de que um mecanismo do tipo premia os devastadores históricos, deixando sem qualquer recompensa aqueles que, até o momento, preservaram suas áreas florestais.

2.2.            Remuneração por estoque de carbono: um modelo mais justo àqueles que preservam seria a remuneração por estoque de carbono. Estima-se que cada hectare na Amazônia armazena 500 toneladas de CO2e (gás de efeito estufa). Poder-se-ia estabelecer uma remuneração anual por tonelada, tanto para proprietários privados e públicos quanto para indígenas. Este sistema beneficia aqueles de melhor histórico de preservação, sendo, portanto, mais justo e de alcance mais amplo na Amazônia.

 

3.      Outros serviços ambientais: a preservação pode ser incentivada, ainda, pelo pagamento de outros serviços ambientais prestados pela Amazônia, tendo em vista que atualmente tais serviços beneficiam milhões de pessoas em outras regiões e são prestados de maneira gratuita. Novamente, é de central importância que o destino destes recursos seja a melhoria das condições de vida local, evitando que se percam em meio à burocracia. A remuneração de proprietários de terra e populações locais é essencial. Em particular, três serviços merecem destaque:

3.1.            Serviços hidrológicos: a Amazônia produz vapor d’água, que é levado pelos ventos ao Centro-Sul do Brasil e ao Cone Sul da América do Sul na forma de chuva (fenômeno conhecido como “rios voadores”). A abundância de chuvas que permite a geração de energia hidrelétrica e a grande produtividade agrícola do país advêm da conservação da Amazônia, um serviço que, atualmente, é prestado sem ônus.

3.2.            Estoque de biodiversidade: a Amazônia é o maior repositório de biodiversidade da Terra, com estimativas de que a região concentre cerca de 60% da biodiversidade do planeta e que apenas 30% dessa biodiversidade seja conhecida pela ciência. A conservação desta biodiversidade é um importante serviço prestado ao futuro da humanidade, especialmente no tocante à biotecnologias de saúde.

3.3.            Serviços climáticos: a Amazônia é um dos grandes reguladores climáticos globais. Ainda que haja incertezas relacionadas com o tamanho dessa influência, sabe-se que ela regula o regime de chuvas em grande parte da América do Sul e relaciona-se com as temporadas de furacões no Caribe. Em 2005, por exemplo, houve a ocorrência da pior seca na história da Amazônia e de uma das mais violentas temporadas de furacões no Caribe e Golfo do México, da qual o furacão Katrina foi a face mais visível.

 

4.      Cooperação científica: uma última fonte de incentivos para a conservação da Amazônia seria a possibilidade de cooperação científica. Mecanismos público-privados de cunho internacional poderiam ser criados para assegurar que determinadas áreas fossem preservadas para a realização de estudos científicos sobre vários aspectos, tais como biodiversidade, ciclos hidrológicos, mudanças climáticas etc, em busca de solução para problemas regionais específicos (como modelo de florestas multi-espécie) ou questões globais (como saúde e produtividade através da biotecnologia). Uma forma de mobilizar recursos para estas pesquisas seria a atração de investimentos de capital de risco (venture capital), que tem se demonstrado um mecanismo bem-sucedido de criação de novas empresas e tecnologias. Imagine-se, por exemplo, a criação de um “Projeto Manhattan” biológico de cooperação internacional, no qual parceiros enviariam centenas de cientistas à Amazônia em busca de descobertas, aumentando exponencialmente o número de cientistas na região. Os resultados dessas descobertas poderiam ser patenteados e, com os ganhos resultantes da comercialização das patentes, recursos poderiam ser gerados para a preservação ou rentabilização de investimentos privados. Somente assim poderíamos ter a criação de uma nova economia amazônica que sustente a conservação ambiental e melhores condições de vida local.

IV Fórum de Governadores da Amazônia Legal - Carta de Roraima

Nós, Governadores dos Estados que compõem a Amazônia Legal - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins -, reunidos em Boa Vista, capital do Estado de Roraima, cientes de nossas responsabilidades e comprometidos com os destinos soberanos de nossa região, destacamos a importância de:

Considerar que a MP nº 458, de 10 de fevereiro de 2009, representa avanços no processo de regularização fundiária na Amazônia Legal, necessitando de adequações da norma em tramitação no Congresso Nacional e aprimoramentos, na sua regulamentação, com a efetiva participação dos Estados;

Contemplar, no projeto de conversão da Medida Provisória nº. 458, mecanismos facilitadores para registro de títulos definitivos de até quatro módulos rurais junto aos cartórios de registro de imóveis;

Estabelecer cooperação técnica e financeira entre os Estados e a União, para conclusão dos Zoneamentos Ecológico-Econômicos (ZEEs) de todos os estados da Amazônia Legal, até dezembro de 2009;

Definir entre os Estados e a União um programa de financiamento, para recuperação de áreas públicas degradadas;

Apoiar e incentivar as cadeias produtivas do extrativismo na Amazônia em novas bases tecnológicas, como estratégia de inclusão social e econômica das populações tradicionais;

Reafirmar a necessidade de elaborar e implementar uma política de pagamento de serviços ambientais para a Amazônia Legal;

Reiterar a urgência de tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei FPE-VERDE, incluindo audiência dos Governadores com o Presidente da Câmara dos Deputados;

Acelerar os processos para viabilizar o licenciamento dos empreendimentos em infra-estrutura na Amazônia Legal e que a responsabilidade da emissão das licenças ambientais, seja preferencialmente de competência das autoridades ambientais dos Estados;

Implantar, considerando a possibilidade de inclusão no âmbito do PAC, um amplo Programa de Construção Recuperação e Conservação de Estradas Vicinais com a participação das três esferas do governo;

Apoiar a proposta da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República – SAE e do Ministério da Defesa para a reestruturação da Aviação na Amazônia;

Agilizar os procedimentos de instalação das Superintendências Regionais do DNIT em Roraima, Acre e Amapá;

Acelerar, no Congresso Nacional, a tramitação da PEC nº 315/2008 que trata da cobrança de ICMS na geração, transmissão e distribuição de energia;

Apoiar a criação, pelo Ministério da Integração Nacional - MI, da Mesorregião do Gurupi, composta por municípios dos Estados do Maranhão e do Pará;

Compensar os Estados da Amazônia Legal, com recursos federais, especialmente aqueles contingenciados no Orçamento, a exemplo da SUFRAMA e os relativos as obras do PAC, em função da crise macroeconômica;

Acelerar a criação e implantação de Zonas de Integração e Desenvolvimento Fronteiriço;

Propor, na revisão do Código Florestal, a formação de reserva legal em bloco;

Apoiar à proposta de Transporte Hidroviário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, incluindo, entretanto, a construção das eclusas de Estreito e Lajeado no Rio Tocantins e considerar a possibilidade de incluir a hidrovia do rio Amazonas no Plano Nacional de Dragagem por sua importância estratégica;

Incluir na PEC/49-06 que trata da redução da Faixa de Fronteira para até 50 km, os Estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima, Amapá, Para e Amazonas;

Consultar os estados, antes da decisão e edição de qualquer medida legal que limite o plantio de cana-de-açúcar e/ou outras espécies vegetais para produção de biocombustíveis nos biomas Amazônia e Pantanal, para compatibilização com seus respectivos ZEEs;

Trabalhar com a Secretaria de Assuntos Estratégicos para construir uma posição comum brasileira com respeito a fontes de financiamento estrangeiro de iniciativas de desenvolvimento sustentável, que em nada comprometam o exercício incondicional da soberania brasileira sobre a Amazônia brasileira. Tais iniciativas devem figurar a inclusão do seqüestro de carbono florestal no mercado mundial de carbono previsto no Tratado de Kyoto. A inclusão deve ser feita de maneira ampla e eqüitativa para todas as microrregiões da Amazônia, sem distinguir entre áreas mais ou menos susceptíveis a desmatamento;

Reconhecer o empenho do Ministro Roberto Mangabeira Unger na condução do processo de regularização fundiária na Amazônia Legal e a firme decisão política do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva de discutir essa política com os Governadores e na sua implementação em parceria com os Estados e Municípios a luz da MP nº458/09.

Este ato se firma na busca do desenvolvimento da Amazônia para aqueles que nela vivem e com seu trabalho contribui para garantir sua soberania, como patrimônio dos brasileiros.

Governador José de Anchieta Júnior – Roraima

Governador Eduardo Braga - Amazonas

Vice-Governador Carlos César Correia de Messias – Acre

Vice-Governador Odair Santos Corrêa – Pará

Governador Antônio Waldez Góes da Silva – Amapá

Vice-Governador Luiz Carlos Porto – Maranhão

Governador Blairo Maggi – Mato Grosso

Governador Ivo Narciso Cassol – Rondônia

Governador Marcelo de Carvalho Miranda - Tocantins

14 February 2009

Aprenda inglês para receber o Beckham

Vai-se já uma semana da visita da FIFA a Manaus, período durante o qual tivemos uma chuva de celebrações e otimismo.  Entramos o século XXI de pé direito; no período de dois meses temos, além da FIFA, a visita do Principe Charles, do vice-presidente da China (e provável próximo presidente) e dois shows internacionais de grande magnitude (Alanis e Iron Maiden).  Nos encontramos ao cabo de seis anos de grande crescimento econômico (mais de 9% ao ano em média) que foram complementados por seis anos de desmatamento reduzido (a menos de 500km2 em 2008, ou 0,03% de nosso território). Novos shoppings, novos prédios, novos voos internacionais, novas empresas sugiram no horizonte amazonense neste período.  Muitos saíram da pobreza, tiveram a carteira assinada pela primeira vez, entraram na economia formal, mudaram-se de igarapés, aprenderam a ler.

Por outro lado, ainda temos a internet mais cara do país e mais de vinte municípios do interior não têm cobertura de celular, para citar apenas dois ítens essenciais de uma economia do futuro.  Questões de infra-estrutura, felizmente, se corrijem em relativo curto espaço de tempo.  A licitação de 3G obrigou as empresas de telefonia de alcançar as áreas urbanas de todos os municípios do Brasil até 2010 e o investimento para ligar Manaus à Venezuela por fibra ótica já tem seu orçamento aprovado dentro da Oi/Brasil Telecom, para implantação até 2010 também (e tornar Manaus uma das melhores internets do Brasil).  Uma outra frente, a humana,é mais complicada.  Na abençoada possibilidade de o Amazonas sere selecionado sub-sede da Copa de 2014, estimamos a necessidade de recrutar 10 mil voluntários para ajudar na organização do evento.  Neste momento nos deparamos com dois desafios: inglês e voluntariado.

É importante que os voluntários falem inglês.  Há inúmeras oportunidades de se fazer cursos de inglês, privadas e estatais, mas a verdade é que ainda há poucos que persistem e completam uma formação em língua estrangeira.  Somos um pólo turístico de enorme potencial, mas um forte gargalo é o volume de pessoas treinadas para receber turistas, de cujo treinamento o inglês é central.  É apenas simbólico que precisamos de voluntários que falem inglês para a Copa.  Um diretor hoje no Distrito Industrial precisa falar inglês em meio a indústrias cada vez mais internacionais.  As novidades vindas de quaisquer campos do conhecimento humano em geral saem primeiro em inglês.  Se você fala inglês, visite hoje o Elance.com e veja as inúmeras oportunidades de ganhar dinheiro hoje prestando serviços do seu computador a pessoas da Rússia à China.  Os bons empregos de 2020 exigirão a língua.

Outro fator é o voluntariado.  É comum em outros países que trabalhadores de tempo integral ainda mantenham alguma atividade de ajuda à comunidade, talvez aos sábados ou à noite.  Há belíssimas exceções, sem dúvida; se você já o faz, peço perdão pela crítica, mas em geral temos um baixo volume de voluntários, para não mencionar os anti-voluntários (que jogam lixo nas ruas, pixam paredes, dirigem enfurecidos, etc.).  Há muitas oportunidades de voluntariado, desde igrejas a asilos e orfanatos.  

É importante lembrar que o Governo que temos é um reflexo de quem somos.  Avançamos sem dúvida nos últimos anos, mas eis aqui duas frentes que podem avançar mais.  Resta saber se você não vai receber o Beckham porque ele ficou muito velho para 2014 ou porque você ficou só no "What's your name?" das aulinhas.

06 February 2009

Conservação da Amazônia através de Incentivos Positivos

Há um princípio básico que norteia a discussão de incentivos à preservação: é necessário que haja incentivos positivos para a conservação da Amazônia (remuneração) e não apenas os usuais incentivos negativos (aprisionamento e multas).  

Para concretizar estes incentivos positivos, precisamos nos preocupar com duas questões: a origem de recursos e o seu destino.  Exploremos algumas alternativas no que diz respeito à origem de recursos:

  • Mecanismos voluntários de redução de redução de emissões de gases de efeito estufa – As duas frentes sendo trabalhadas hoje para captação de recursos, no Brasil, exploram esta alternativa.
    • Temos o Governo Federal captando, através do Fundo Amazônia, doações voluntárias, principalmente de outros governos nacionais, para preservação da Amazônia, sem clara vinculação à área e à maneira pela qual serão empregados os recursos. 
    • Temos também indivíduos e Estados buscando captar recursos nos âmbitos nacional e internacional vinculados à conservação de carbono em áreas específicas.
      • Uma das propostas é a venda de créditos de carbono resultantes da redução de emissões do desmatamento e degradação (REDD); neste caso, enquadra-se o Amazonas, que recebe recursos da cadeia de hotéis Marriott através de um mecanismos de neutralização de carbono baseado na implantação de um projeto de REDD na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma.
      • Uma alternativa bastante discutida, mas ainda não posta em prática, é o reflorestamento de áreas degradadas da Amazônia (cerca de 17% da região).
      • Um local onde estes créditos poderiam ser negociados em mercado é a Chicago Climate Exchange (CCX), que se destaca como principal centro de negociação de carbono voluntário no mundo.  Uma proposta é que a CCX se torne o mercado formal para os EUA quando este tiver compromissos de redução de emissões.
  • Inserção de créditos de carbono florestal (REDD) em mercados formais.
    • A primeira e mais discutida alternativa é a inserção do mecanismo REDD no Protocolo de Kyoto.  As discussões para a próxima versão do Protocolo de Kyoto devem ocorrer em Copenhagen em Dezembro de 2009 e vão determinar a forma que o protocolo vai tomar a partir de 2012, quando os compromissos do atual protocolo de 1997 terminam.  Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Meio Ambiente brasileiros não se mostram muito simpáticos a esta proposta.
    • Uma alternativa é tentar incluir créditos de REDD em mercados nacionais ou subnacionais de negociação de carbono.  O memorando de entendimento assinado entre o Amazonas e os estados americanos da Califórnia, Wisconsin e Illinois propõe discussões para este tipo de inclusão.  A provável mudança de postura dos EUA no tema de mudanças climáticas abre uma frente para buscar a inserção de REDD em um sistema americano, o que deve ter grandes proporções.  Muitos americanos envolvidos no tema vêem salvar florestas tropicais como item de redenção dos EUA frente à sua ausência no Protocolo de Quioto.
  • Outros mecanismos: a Amazônia fornece outros serviços ambientais além do sequestro de carbono que poderiam também ser utilizados.  A fim de explorar algumas destas alternativas, é importante a presença no mais importante fórum mundial a respeito de Payments for Environmental Services (PES), o Katoomba Group meeting que ocorrerá em Cuiabá em 1 e 2 de abril.
    • Serviços de manutenção de biodiversidade, como os testado na Costa Rica, têm potencial de também remunerar a preservação, especialmente em locais de biodiversidade diferenciada na Amazônia e sob risco de desmatamento.  Vide exemplo em speciesbanking.com
    • Serviços hidrológicos e de manutenção do clima regional (vale lembrar que, em 2005, tivemos a pior seca na Amazônia em 100 anos e um dos piores anos de furacões no Caribe, inclusive Katrina em New Orleans).  Outras conexões incluem os rios voadores, que partem da Amazônia em direção ao centro e sul da América do Sul, abastecendo não só a agricultura no resto do Brasil e Argentina mas também as hidrelétricas que fornecem a maioria da energia brasileira.  Alvos de cobrança  pela prestação dos serviços poderiam ser as hidrelétricas no Brasil, outros estados brasileiros (especialmente do Centro-Sul do país), seguradoras na Flórida, estados nos EUA, dentre outros.
    • Já existem fundos que buscam comprar os direitos sobre serviços ambientais no presente, antecipando um aumento no valor destes serviços no futuro, quando mecanismos internacionais tornem este um mercado formal.  Exemplos incluem CoolEarth.org (ONG controversa no Brasil que opera no Peru) e CanopyCapital.co.uk (investidores operando na Guiana).
  • Uma última alternativa, enquanto o mundo não dá valor financeiro a serviços ambientais, é utilizar recursos do Tesouro para criar estes incentivos positivos. 
    • Nesta direção, o Amazonas contribuiu R$20 milhões (com R$20 milhões adicionais sendo contribuidos pelo Bradesco) para instituir a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que remunera áreas protegidas no estado pela conservação, conforme descrito mais adiante.

 

O destino dos recursos, se existentes, deve ser discutido amplamente na sociedade, especialmente dentre aqueles cujas ações origina-os.  Consideremos, para efeito de cálculos simples, que cada hectare de floresta tem em média 500 toneladas de CO2-equivalente armazenado; consideremos no mercado voluntário um preço de R$10 por tonelada e, no mercado formal (Kyoto), um preço de R$40.  Eis algumas alternativas:

  • Proprietário privado da terra: aqueles que de direito detêm a terra devem receber os recursos.  Se um proprietário tem o direito de desmatar 20% de sua terra e existem incentivos econômicos para fazê-lo, deve haver a alternativa dele ser remunerado pela escolha de não fazê-lo.  Neste contexto, a regularização fundiária é essencial.
    • De acordo com a metodologia REDD (se formos buscar financiamento internacional), é preciso estabelecer um cenário business-as-usual (BAU) para definir as áreas de provável desmatamento; apenas estas áreas receberiam os créditos ou a remuneração.  Este sistema tende a beneficiar mais estados no arco do desmatamento, como Mato Grosso, Rondônia e Pará.
      • Se o Brasil escolher criar seu próprio sistema autônomo, poderia utilizar também as metodologias científicas que identificam o BAU para determinar onde remunerar mais ou menos.
      • Para efeito de cálculo, um proprietário com 100 hectares no arco de desmatamento, que, podendo desmatar 20, não o fizesse, teria direito a 20 x 500t = 10.000 toneladas de carbono.  Ao preço do mercado voluntário, R$100 mil.  Consideramos o modelo ideal para utilização de recursos um fundo fiduciário (endowment fund) no qual os juros apenas são a remuneração, encorajando assim o proprietário a manter ad infinitum a área conservada.  Se considerarmos juros reais anuais de 6%, o proprietário teria um retorno de aproximadamente R$500 por mês, ou R$5 por hectare por mês.  Este valor é suficiente para evitar o desmatamento, especialmente dado que o fluxo de caixa é altamente positivo com a conservação, versus a alternativa (agricultura em geral envolve grande investimento inicial).  Estes rendimentos devem ser não-tributáveis.
    • Fugindo da metodologia REDD tradicional, uma alternativa é que os recursos vão ao gerador do benefício, sem considerar o quanto ele está em risco.  Assim, um prorpitário de terra em São Gabriel da Cachoeira (com baixa pressão de desmatamento) seria remunerado por preservar X toneladas de carbono da mesma forma como alguém em Lábrea (sob alta pressão).  Dado que os benefício atmosféricos, de biodiversidade e de carbono podem ser semelhantes, é uma opção alternativa de distribuição justa, apesar de menos eficiente no combate ao desmatamento.
  • Proprietários públicos (municípal, estadual ou federal): especialmente através de suas reservas ou áreas protegidas, devem receber recursos voltados à sua conservação, melhoria de nível de vida na área e entorno e ressarcimento pelo possível custo de oportunidade da utilização daquela área, se houver algum.  As mesmas restrições no caso de créditos de carbono no que diz respeito a cenários BAU existem. 
    • Aqui se enquadra o projeto da Fundação Amazonas Sustentável, que paga o Bolsa Floresta Familiar (R$50 reais mensais por família), Bolsa Floresta Associação (R$1 mil por ano por comunidade para organização das pequenas comunidades de 10 a 50 famílias), Bolsa Floresta Renda (entre R$2 e R$5 mil por ano por comunidade para atividades de geração de renda) e o Bolsa Floresta Comunidade (R$ 2 a R$ 5 mil a serem investidos em melhorias sociais, como posto de saúde, escola, etc.).  Acreditamos esta ser a melhor forma de descentralizar o processo de decisão e melhorar as condições de vida em locais isolados de difícil logística. 
    • Áreas indígenas teriam de ser tratadas de forma diferenciada, dadas as suas peculiaridades. 
  • Governo Federal decide, através de negociação dinâmica, a alocação de recursos.  Este parece ser o perfil atual do Fundo Amazônia.  É uma alternativa cheia de incertezas, que, possivelmente, é uma nova contribuição ao vai-e-vem de instituições temporárias e erráticas na região amazônica. Entretanto, para efeito de cálculo, consideremos remuneração por preservação nos 500 mil km2 (mais de 10% da Amazônia brasileira) de mais provável desmatamento nos próximos anos (o desmatamento nos últimos anos não tem superado os 10 mil km2).  Ao custo de R$5 por hectare, teríamos um gasto anual de R$250.000.000, o que o Fundo Amazônia, apenas com doações voluntárias, deve ser capaz de juntar, dado o exemplo norueguês. Deste modo, o Fundo Amazônia parece possuir a capacidade de arrecadar os recursos, mas não parece ser a melhor solução para  prover a sua alocação eficiente e transparente.

NATURAL PRODUCTS FROM THE AMAZON by Ilko Mintschev Minev

Market report - 2008 


Rosewood Oil 

Export of Rosewood Oil in 2008 was about 16% lower then in the previous year, totaling 21 tons.This was widely expected, because the 2007 production was exeptionaly high. For the first time  the organic Rosewood Oil was responssible for more then 50% of the total production, confirming the trend of the last years. The first half of the year was marked by a strong valuation of the Real against the Dollar and because of it and the rising costs, the FOB price soared well above the US$100.00/kilo mark. After the ouburst of the international crisis in september 2008 the US$Dollar reversed the trend and valuated against the Real, but the price of Rosewood Oil remained unchanged. 
In 2007 we introduced to the market the first Rosewood Oil made out of leaves and green branches. Last year we were able to increase the quantity to 3 drums and certainly hope to be able to produce 5 or 6 drums in 2009. The cost of such oil is  50%to 60% higher then the FOB of regular Organic Rosewood Oil, but despite the higher cost many customers showed interest. As Brazilian environmental authorities are tightening the controls over the activity and are stimulating the increase of managed planted areas, the quantity of oil produceds from leaves and branches tends to rise.We believe that this will guarantee the future of the Rosewood Oil production and that oil from leaves and green branches will be a hot product in the years to come. 
We expect the production in 2009 to remain stable at the levels of last year and certainly hope that the price will remain stable 

Copaiba Balsam 
2008 was another bad year for the export of Copaiba Balsam, while the domestic market remained stable. At the end of the year the FOB price was about US$10.00/kilo, much lower then the previous year, but even so only sporadic small deals were possible. We expect the price to drop even more in 2009 which might improve the business. 

Tonka Beans 
The 2008 crop  was so small that we preferd to stay out of this business. 

Ilko Mintschev Minev

31 January 2009

Crise do capitalismo?

O ano de 2009 promete ser grande campo de batalha ideológica entre capitalismo e socialismo.  Foi com um q de vibração e sentimento de doce vingança que comunistas e socialistas observaram o modelo de capitalismo liberal americano de joelhos.  Muitos equipararam a falência do banco Lehman Brothers à falência do capitalismo, assim como a queda do muro de Berlim significou o fim do comunismo soviético.  

É importante primeiro lembrar que crises são parte integrante do sistema capitalista.  É um sistema que se renova em suas sucessivas mortes e renascimentos.  Ao que se sabe, o sistema comunista soviético não teve nenhuma crise desde seu início em 1917 até seu fim em 1989.  Neste mesmo período, os EUA passaram por sete recessões, inclusive a grande depressão que durou mais de 10 anos. Apesar disso, é indiscutível qual dos dois obteve mais sucesso no período.  

É claro também que o capitalismo incipiente na China foi o grande impulsionador do crescimento econômico que faz daquele país hoje a terceira maior economia do mundo, vinda de uma situação de penúria há apenas trinta anos.  No Brasil, foi a busca pelo lucro e este mesmo sistema financeiro internacional que possibilitou um dos maiores avanços que já vimos.  Empresas como Cyrela, Abyara, Gafisa, hoje nomes do nosso cotidiano, buscaram bilhões no mercado para investir e aumentar o estoque de habitações no país; isto não teria sido possível simplesmente com financiamento e construções públicas.

 Os novos shopping centers em Manaus são fruto destes recursos também, assim como grande parte das lojas que os ocupam (em particular Renner e Marisa que fizeram captações nos últimos anos); a maior geração de empregos no Amazonas nos últimos anos foi nestas frentes e não na área industrial.  Nosso futuro porto será construído pela Log-In, outra empresa recém-lançada no mercado de ações.  A aviação aérea é outro segmento que sem um mercado financeiro pujante nunca teria saído do chão – Gol e TAM precisaram captar recursos estrangeiros, e agora a Azul desponta como grande esperança.  Temos TV a cabo em Manaus financiada em grande parte pelo mercado de ações.  Nas telecomunicações, existe alguma dúvida de que a extinta Telamazon conseguiria oferecer os serviços que hoje temos de internet e voz para um total de mais de 2 milhões de linhas celulares no Amazonas (mais de 1 celular para cada 2 amazonenses, dados da Anatel).  De onde veio este dinheiro todo?  Do mercado financeiro.

Busca-se então reconhecer onde há falhas e criar mecanismos que evitem futuros problemas, ao invés de rechaçar o sistema todo.  Por exemplo, a pobreza no Brasil foi drasticamente reduzida nos últimos anos com programas como o Bolsa-Família, que provê os mais pobres de uma renda suplementar mínima, mesmo em crise.  Há também o seguro-desemprego, para reduzir a insegurança do trabalhador frente a uma demissão.  É o papel do Governo oferecer a rede de proteção.  No tema meio ambiente também temos enormes desafios que o laissez-faire americano do século XX se mostra inadequado para lidar.

Descobriu-se com esta crise que os sistemas de avaliação e administração de riscos dos grande bancos são inadequados ao mundo moderno; que as regras da Brasiléia que determinam o quanto de margem de segurança bancos mundiais devem ter serviam para 1988 mas não 2008; que as grandes remunerações de executivos estimularam tomada excessiva de riscos em um mundo volátil; que uma vez instalado o pânico, apenas intervenções fortes e coordenadas de múltiplos governos poderiam estabilizar o sistema.  É necessário aprender as lições e buscar a retomada do crescimento global, desta vez em bases mais sustentáveis a longo prazo.  

É bom apenas lembrar que a tão criticada economia americana, que no auge imobiliário construía um milhão de casa por ano, em 2008, no meio de uma enorme crise, ainda construiu mais de 500 mil casas (todas pela iniciativa privada), ou uma para cada 600 habitantes; o Brasil, que vivia o auge da bonança imobiliária, atingiu 300 mil casa no ano, ou uma para cada 660 habitantes.

24 January 2009

A Esperança da Copa em Manaus

O Amazonas formalizou junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no dia 15 de janeiro, a candidatura de Manaus como uma das subsedes da Copa 2014.  Gostaria então de esclarecer do que consiste nossa candidatura.

O material apresentado no dia 15 consiste do projeto básico do estádio e entorno, dentro das especificações exigidas pela FIFA.  A FIFA tem um enorme rol de exigências incluem, por exemplo, o número de vagas de estacionamento, as condições acústicas do estádio, a quantidade de lúmens (medida de iluminação) por metro quadrado de campo, o ângulo de visão de todos os torcedores, as condições de espaço para mídia, a qualidade das telecomunicações e backups no estádio, a qualidade da energia elétrica produzida e redundâncias, espaços para patrocinadores FIFA, dentre muitos outras. O trabalho efetuado foi de altíssima qualidade por equipes que incluíram a SEPLAN, SEJEL e SEINF, contemplando todos estes requisitos.  Contamos também com a colaboração das duas administrações da Prefeitura de Manaus e da empresa de consultoria Deloitte (, que assessa hoje a África do Sul na condução da Copa de 2010.

Essa é, sem dúvida, uma iniciativa ousada.  O principal investimento público é o estádio e seus arredores; este contempla reformas e repaginações que vão desde a Vila Olímpica até a Constantino Nery, no que se tornaria um grande centro de entretenimento e lazer para Manaus com restaurantes e lojas, parques e estacionamento, com volume estimado de investimentos de cerca de R$500 milhões. Este investimento contempla também investimentos no sambódromo com FAN Park, área de exigência da FIFA para que público não pagante de até 30 mil pessoas possa assistir os jogos em telões com conforto, e investimentos em infra-estrutura receptiva de VIPs e patrocinadores da FIFA.   

Outras intervenções públicas são avaliadas, especialmente no segmento de transporte público.  O estado tem hoje dois estudos, um voltado a melhorias no transporte público de ônibus (pela Poyry,http://www.poyry.com) e outro voltado à possibilidade de um VLT em Manaus (Veículo Leve sobre Trilhos) pela PricewaterHouse (http://www.pwc.com).  São estudos preliminares que têm sido discutidos com a equipe da Prefeitura para definir em conjunto a melhor estratégia para Manaus.

Além de investimentos estaduais, existe a grande possibilidade de investimentos federais ligados a um evento como a Copa do Mundo.  É certo que o Governo Federal deve prestar especial atenção às 12 cidades selecionadas, em busca de se certificar de que estas têm a capacidade de bem acolher os torcedores e tornar esta uma das melhores Copas do Mundo da história.  Em Manaus, investimentos significativos no aeroporto e em energia podem ser adiantados para contemplar o evento.

Em conjunto com o investimento público, temos também um volume de investimentos privados esperado em conexão com o evento; em um momento com este quando o capital privado se encontra retraído dado o cenário internacional de crise, um atrativo como subsede da Copa pode dar renovado fôlego ao nosso crescimento econômico.  Setores como construção civil, hotelaria e serviços em geral devem ser os maiores beneficiados.  

Temos muitos itens em nosso favor no processo de seleção.  O principal, entretanto, é o nosso meio ambiente.  Em um momento em que o mundo se preocupa cada vez mais com mudanças climáticas, temos no Amazonas um exemplo de conservação com sucesso econômico.  Contemple-se nossa taxa de desmatamento anual de menos de 500 km2, versus mais de 5 mil de nosso vizinho concorrente no ano de 2008.  Oferecemos também à FIFA a possibilidade de patrocínio de uma reserva florestal no Amazonas, nos moldes da reserva adotada pela cadeia de hotéis Marriott.  Dada a importância que a FIFA dá ao "Green Goal" (Gol Verde), acreditamos que nosso projeto oferece o maior legado que quaisquer Copa pode deixar ao mundo, na forma de conservação de serviços ambientais e seqüestro de mais de 1,5 milhões de toneladas de carbono (estimativa das emissões ligadas à Copa de 2006 na Alemanha).  Outros itens, apesar de ainda não em níveis ideais, como hotelaria e segurança pública, têm indicadores que pesam a nosso favor quando comparados com a maioria das demais cidades candidatas.

 

Torçamos, nos unamos e rezemos, que a decisão, em março, está próxima.