Esta semana tivemos duas boas notícias para o longo prazo da economia do Amazonas. Um, a Azul, nova companhia aérea, solicitou à ANAC a permissão de voar a Manaus a partir de março. Dois, a Oi decidiu estender fibra ótica da Venezuela até Manaus. São duas notícias que prometem catalizar a integração de nossa economia com o resto do país e do mundo.
Avaliemos por um instante o fantástico impacto que ambas terão sobre nossa economia. Desde que o duopólio Gol / TAM se instalou no país, tivemos grande aumento do preço de passagens aéreas em todo o país (que nunca foram baratas, para começo de conversa). A entrada da Azul já faz efeito por exemplo no trecho São Paulo – Salvador; onde o preço caiu a menos de R$200 a perna contra mais de R$400 das competidoras. Isto, é claro, antes da Gol e TAM reagirem; ao final, o consumidor é o grande beneficiado, com preços mais baixos e maior conforto (o vôo da Azul é em aviões da Embraer que não têm a horripilante e temível cadeira do meio). Cabe lembrar que o motivo principal desta melhoria não é o bom coração da Azul, nem uma necessidade profunda da empresa de melhor servir os passageiros amazonenses. O motivo é o lucro; se a Azul não obtiver lucro com suas operações no Amazonas, conte que não haverá coração nem necessidade que dê jeito. E a forma mais eficiente de transformar esta busca desenfreada por lucro em benefícios para a sociedade é a competição. Longa vida à competição!
O conceito da competição é antigo mas é pouco apreciado. Entre empresas, é a competição que permite que preços baixem e que serviços e produtos melhorem. O laptop no qual lhe escrevo é fruto de competição entre fornecedores de chip (no meu caso o vencedor foi a Intel). O jornal que você lê se encontra em batalha campal com competidores. Ótimo! Todos se beneficiarão: leitores terão um produto melhor e mais barato, anunciantes terão melhores espaços e preços mais baixos e, em última instância, jornais serão melhores e mais criativos (ou morrerão). A competição entre EUA e União Soviética levou o homem ao espaço e à lua. Todos nos beneficiamos dela.
No segundo caso, a Oi tem a mesma motivação. Há tempos que a Embratel detem o monopólio da fibra ótica em Manaus, com a única ligação seguindo a BR-319 até Porto Velho. Com isto, sempre pôde extrair preços altos com serviço mediano (mas ainda assim melhor que as alternativas). É o problema com a ausência de competição – não há preço de equilíbrio no mercado e não há busca desesperada por melhores serviços. Entretanto, a Oi compreendeu que o mercado de Manaus, a preços atuais, oferece imensa oportunidade de crescimento e rentabilidade, se ao menos eles tivessem fibra ótica chegando aqui. Eis a gênese da decisão de investir quase 100 milhões de reais para ligar Manaus. Não é porque eles querem ver as crianças manauaras interligadas ao mundo ou facilitar a vida de filiais amazonenses trocando dados com suas matrizes. É a velha busca pelo lucro, que temperada pela competição traz imensos benefícios à sociedade.
Sem dúvida a competição é boa e nesse caso será ótima para manaus, principalmente no caso da Oi, pois sem competição, durante anos pagamos pela internet mais cara do Brasil.
ReplyDeleteo que me procupa agora é a ZFS.
A oi só vai montar essa fibra optica porque está no contrato dela de fusão com a Brt que eles deveriam ligar a fibra nos estados que faltam na região norte sem que isso traga retorno. Se o governo não metesse a mão nessa fusão a gente não iria ver essa atitude deles aqui. Para a oi o satelite tá de bom tamanho....
ReplyDeleteApenas como adição, agora a Vivo, que não tem o compromisso mencionado pela Oi, também se propõe a conectar Manaus. O porte de Manaus hoje já justifica a fibra ótica, com retorno.
ReplyDelete