24 September 2009

Crie seu vídeo com celebridades em prol de florestas tropicais

Junte-se a celebridades como Harrison Ford, Pelé, Príncipe Charles, Joss Stone, etc. e crie seu próprio vídeo no site abaixo para ajudar a divulgar a proteção de florestas tropicais como prioridade mundial.


Boas gravações!

22 September 2009

Aniversário da Crise Global

Durante esta semana completou-se 1 ano do início formal da crise.  Em 15 de setembro de 2008, o banco norte-americano Lehman Brothers declarou falência, o estopim que congelou os mercados internacionais de crédito, desencadeando a pior crise econômica global desde a grande depressão de 1930.  Desde então quase todas as grandes economias mundiais entraram em recessão técnica, que é caracterizada por dois trimestres seguidos de crescimento negativo.  No Brasil, felizmente, foram apenas 2 (4o de 2008 e 1o de 2009), enquanto que nos EUA já se vão seis trimestres consecutivos.  
Brasil - Estas últimas semanas, no cenário econômico brasileiro, têm sido marcadas pelo anúncio de bons resultados, a exemplo do crescimento de 1,9% no 2o trimestre de 2009, o que formalmente marcaria o fim de recessão.  É importante lembrar a significativa reação brasileira à crise, que incluiu a manutenção de investimentos projetados (como PAC), algumas desonerações tributárias (principalmente IPI de veículos e, no nosso caso, COFINS de motos), redução de juros de 5% (de 13,75% para 8,75%) e facilitação de crédito (redução de compulsórios, extensão de garantias a bancos menores, etc.).  
Amazonas - E o Amazonas?  Como anda o desemprego?  Produção?  Renda?  Dentre todos os indicadores, o que gera maior ansiedade é sempre o emprego.  Em julho 2009 tivemos o primeiro mês de real recuperação do emprego, com geração líquida de 2,8 mil novos empregos, dos quais quase 600 foram na indústria e 500 na construção civil; no período pré-crise, vínhamos em um ritmo de 2 a 4 mil novo empregos por mês.  Agosto, apesar de ainda não termos as estatísticas finalizadas, também demonstra ter sido positivo.  A produção industrial já desde junho mostra indicadores semelhantes a 2007 mas ainda inferiores a 2008; temos um cenário no qual a indústria se estabiliza e outros segmentos econômicos compensam com crescimento.  Destaca-se por exemplo o turismo, com volume de mais de 20 mil turistas estrangeiros em junho, versus 11 mil no mesmo mês de 2008.    Além disso, com maior presença de órgãos federais no interior (principalmente o INSS), aumenta-se o número de benefícios concedidos no estado (3,9 mil em julho 2009, comparado com 3,3 mil em julho 2008).  O volume de crédito na praça de Manaus, pela primeira vez desde o início da crise, teve crescimento; amazonenses têm R$2,28 bilhões de crédito em julho, comparado com R$2,23 bilhões em junho.  Comparativamente, o interior não teve seu crescimento interrompido pela crise, com volume (ainda pequeno) de R$241 milhões em julho 2009, comparado com R$168 milhões no mesmo mês do ano passado.  Estes e outros dados estão disponíveis no site: www.seplan.am.gov.br, dentro de Indicadores Amazonas.  

Como avisa o Presidente do Banco Central Henrique Meirelles, é prematuro declarar o término da crise quando ainda temos grandes economias globais como EUA, Japão, Espanha e Itália em retração contínua.  Há, entretanto, motivo para otimismo comedido; os indicadores estaduais começam a indicar um futuro auspicioso (como diria o Raj, outro prematuramente declarado falecido).  

09 September 2009

Atualização Copa 2014

1. Conheça o caderno de pré-qualificação para a construção da Arena de Manaus para a Copa 2014.


2. No dia 10 às 15hrs na SEPLAN teremos também uma apresentação da Deloitte Consulting sobre o andamento de todas as frentes de trabalho da Copa em Manaus. Evento aberto ao público.

08 September 2009

Licenças obtidas para fibra ótica até Manaus

No dia 4 de setembro finalmente foram obtidas todas as licenças para implantação da segunda conexão de fibra ótica ligando Manaus ao mundo (via Venezuela e Caribe). A Oi iniciará as obra ainda em setembro e tem a expectativa de entrar em operação no 1o semestre de 2010.

Foram obtidas licenças do DNIT, IBAMA, FUNAI e todas as Prefeituras ao longo do trajeto.

Apenas para conhecimento, dentre os 26 requisitos avaliados pela FIFA na escolha de 12 das 17 cidades-candidatas para a Copa 2014, o único requisito no qual Manaus figurava em 17o lugar era tecnologia de informação. Livremo-nos deste bode...

06 September 2009

Monotrilho em Manaus

Mensalmente o Governo do Estado acompanha uma gama de cerca de 2 mil indicadores que relatam os mais diversos aspectos da economia, sociedade e meio ambiente do Estado.  Um sumário destes dados está disponível no www.seplan.am.gov.br.  Dentre estes todos, um indicador surpreende pela regularidade na ascensão -- a frota de veículos amazonenses.  Em julho batemos os 498 mil veículos (dos quais mais de 80% estão em Manaus) e certamente em agosto atingiremos meio milhão.  No pior da crise, em Janeiro de 2009, tivemos "apenas" 2,8 mil veículos emplacados; em julho passamos de 4,7 mil.  






Reconheçamos por alguns instantes a grandiosa revolução em curso.  Em Manaus, isto representa quase um veículo para cada 4 habitantes.  A abundância de crédito que encobriu o país, combinada com o indiscutível crescimento diferenciado que o Amazonas demonstrou nesta década culminam no presente dilema.  Devemos nos emocionar cada vez que novo amazonense adquire os meios econômicos para dispor de seu próprio carro; é uma situação quase tão singular quanto a aquisição da casa própria, outra revolução em curso em nossos dias. Entretanto, foi-se o tempo de chegar em qualquer lugar em 10 minutos e de almoçar todo dia em casa.  Mas também foi-se o tempo de olhar para São Paulo ou Miami com inveja da pujança econômica representada pela frota veicular.  Chegamos lá.  






Com estes dados, é mais fácil compreender o trânsito cada vez mais caótico de Manaus.  Há uma série de iniciativas públicas, dentre as quais enumero as vias do PROSAMIM, Avenida das Torres e Viadutos da Ephygenio Salles, que certamente contribuirão para a redução do tempo desperdiçado no trânsito e do consequente estresse municipal.  Entretanto, a este ritmo, é apenas uma questão de tempo para que os sempre mais de 3 mil emplacamentos mensais engargalem estas novas vias.  






Foi neste espírito que se iniciou em 2008, no âmbito do planejamento para a candidatura de Manaus à Copa de 2014, a série de estudos que levam o Governo do Estado à sugestão de implantação de um sistema rápido de transporte público em monotrilho, conforme apresentado em audiência pública recentemente.  Esta é uma das três grandes obras e/ou melhorias apresentadas à FIFA (além do estádio e aeroporto) para a seleção de Manaus.  O trajeto proposto liga a Cidade Nova ao Centro, passando na frente do estádio, com seis estações propostas ao longo do caminho; a motivação desta escolha para o trajeto inicial é o altíssimo fluxo de transportes públicos no eixo norte-sul, por onde trafegam cerca de 60% dos ônibus da cidade, com picos de mais de 15 mil passageiros/hora entre 6hrs e 8hrs da manhã.  






Dentre as várias soluções consideradas, julgamos o monotrilho como o de melhor aderência às necessidades da cidade.  O sistema proposto terá capacidade inicial em 2014 de 18,5 mil passageiros/hora, mais de 20% acima do fluxo médio atual, com possibilidade de expansão modular (adicionando mais carros sem obras estruturais) até 37 mil passageiros/hora.  Ou seja, se Manaus continuar crescendo a uma taxa de 1,8% ao ano (a atual), temos uma infra-estrutura com capacidade para cerca de 40 anos.  Dentro deste contexto de planejamento de longo prazo, podemos também considerar a expansão destas linhas pós-2014, seguindo por Cachoeirinha, Bola da Suframa e Grande Circular, um projeto para futuros governadores e prefeitos.  O custo estimado do trecho proposto para implantação até 2014 é de R$1 bilhão, dos quais dois terços devem ser em recursos públicos.  






Na gama de benefícios esperados, lista-se a economia de tempo, que hoje dura mais de 1hr nos horários de pico (terminais Cidade Nova - Centro direto) para 26 minutos de trajeto total, totalizando por dia mais de 47 mil horas economizadas.  Em termos de poluição (emissões de carbono), economiza-se o equivalente a 1.000 árvores médias por dia com menos ônibus trafegando.  






Há uma série de riscos a serem considerados.  Muitos projetos desta magnitude ao redor do mundo param por problemas de financiamento por exemplo.  Dentro deste contexto, é importante explicitar a situação financeira do Amazonas; temos um baixíssimo nível de endividamento (cerca de um quarto do teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que permitiria até R$12 bilhões de dívidas ao Amazonas) e temos um orçamento saudável com margem de investimento de mais de 10% mesmo em um ano de gravíssima crise mundial.  Há também considerações a respeito da integração com a malha existente de ônibus, que precisará ser parcialmente readequada para alimentar o novo sistema; esta readequação requer grande volume de cooperação que certamente é do interesse de todos.  Por último, a tarifa é sempre um tema central; utilizando-se como parâmetro cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, chega-se à conclusão que o sistema proposto pode ser mais econômico devido às melhores tecnologias disponíveis hoje.  






É certo que este é um tema polêmico, que afetará a vida de todos os manauaras daqui para frente.  Críticas e sugestões são sempre bem-vindas.  





A apresentação completa da audiência pública se encontra no site manauscopa2014.com

23 August 2009

Brasil, Amazonas e Liderança Ambiental

Esta semana foram abertos arquivos do presidente Nixon, dos EUA de 1971.  Para surpresa geral (de quase ninguém), surgem claras evidências de cooperação entre o Brasil e EUA no que diz respeito ao golpe que derrubou Salvador Allende no Chile e elevou a ditador Augusto Pinochet.  Este evento foi noticiado em muitos jornais, porém com destaque comparável a um acidente sem vítimas na Cidade Nova.  

Gostaria de sugerir uma importante conclusão a ser tirada deste evento: o quanto o Brasil evoluiu nos últimos 40 anos.  De cupincha dos EUA para fazer seu trabalho sujo na América do Sul, passamos a um importante parceiro e líder internacional em uma ampla gama de temas.  Nos anos 70 o grande tema global era a guerra fria; naquela altura, o Brasil tinha uma posição subserviente no cenário global e a desempenhou com competência (como um peão no tabuleiro), inclusive se sujeitando a um golpe militar.  Quase quarenta anos depois, o mundo bipolar de EUA e URSS se definhou em um mundo multi-polar.  Neste mundo, para o bem ou para o mal, as posições brasileiras são relevantes e influentes.  O Brasil ainda aprende a utilizar este poder; com o tempo saberemos se fomos jovem traficante com arma carregada ou cirurgião iniciante com bisturí e gaze.

E eis que surge a oportunidade de protagonismo, em Dezembro 2009 na longínqua Dinamarca.  Lá ocorrerá reunião com o potencial (até agora potencial apenas) de acordo global para suceder o acordo de Kyoto em 1997 (acordo importante e inovador, mas tímido dado o conhecimento científico adquirido nos últimos anos a respeito das mudanças climáticas.  Como mencionei em meu último artigo, o Brasil tem motivos de se orgulhar de seu histórico ambiental, principalmente em três frentes: biocombustíveis, energia hidrelétrica e preservação da Amazônia.  Desenvolvemos o etanol como combustível antes do mundo, temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e ao longo de 500 anos de ocupação (ocidental) não desmatamos mais que 17% da Amazônia.  A união nacional aponta da direção de uma coalizão entre indústria (consumidora de energia hidrelétrica limpa), agronegócio (produtor de biocombustíveis) e Amazônidas (em busca de remuneração por preservação ambiental) para determinar a posição óbvia nacional.  

O que pode parecer óbvio, na política externa nacional, não o é.  O alinhamento nacional com outros países em desenvolvimento tem levado o Brasil a defender posição semelhantes a Índia e China, países de características energéticas e preservacionistas que podem ser descritas delicadamente de diferentes das nossas.  A posição destes países é clara: eles não querem entraves de ordem ambiental ao seu desenvolvimento e responsabilizam os países desenvolvidos pela atual situação de aquecimento global.  O Brasil não só os apóia mas também os lidera, tornando o acordo na Dinamarca mais improvável ou, se possível, mais fraco.  Tudo em nome de um elusivo cargo de liderança de países emergentes, contra nossos interesses -- ou um prematuro alinhamento de subserviência à potência do século XXI, China, estabelecendo assim uma nova tradição. 

Nesta frente, os nove governadores da Amazônia se juntam em busca de uma modificação de posição nacional nas negociações internacionais, especialmente no que diz respeito à remuneração por preservação de florestas.  Temos um histórico de preservação ambiental invejável, um importante ativo num futuro que se desenha ameaçador e desafiante.  O Amazonas em particular tem buscado parcerias que vão desde príncipes (Charles e Albert) a estrelas de cinema (Schwarzenegger e Bianca Jagger) e líderes políticos e ambientais (sempre menos conhecidos).  Em outubro teremos um passo importante no acordo com o estado da Califórnia; é um passo em um longo processo que pode permitir ao Amazonas, a partir de 2013, ser remunerado por preservação apenas pela Califórnia.  Busca-se mostrar um caminho.

No agronegócio, exemplos de sucesso abundam.  Continuamos a evoluir em nossa matriz energética, agora com a iminente mudança pelo gás natural em Manaus.  Resta ao Brasil olhar a si próprio não com menosprezo ou complexo de inferioridade, mas com orgulho e maturidade.  O respeito do mundo seguirá.



22 August 2009

Tourism in the Amazon site

Amazonas has recently launched a new tourism website with all the information necessary on the diverse aspects of tourism in the region, from bird watching to sports fishing, from ecotourism to river cruising. Site is written in nine languages. Visit Amazonas.




21 August 2009

Site de Turismo no Amazonas

Gostaria de convidar a todos para visitar o novo site de turismo do Amazonas. Contém uma série de informações turísticas sobre o Estado em diversas línguas. Aos estrangeiros, temos as principais atrações de ecoturismo descritas com profundidade (pesca esportiva, ecoturismo, etc.). Aos amazonenses, há uma série de eventos (festivais do interior) e opções para conhecer melhor o Amazonas.

Agradeço comentários e sugestões.

18 August 2009

Site Manaus na Copa 2014

Conheça o site com informações e notícias a respeito do projeto de Manaus para a Copa de 2014. O site tem evoluído mas ainda tem muito a melhorar. Agracemos sugestões.

17 August 2009

Nixon e Médici discutiram como derrubar Allende

Fato suspeitado mas nunca provado, reminiscência da guerra fria. Também um lembrete de que transparência é um item central de uma sociedade madura e conciente. Abramos os nossos arquivos.
WASHINGTON, EUA — O presidente americano Richard Nixon e o general Emílio Garrastazu Médici discutiram em dezembro de 1971 como cooperar para derrubar o presidente chileno Salvador Allende, segundo documentos oficiais da Casa Branca que eram confidenciais e foram liberados nesta segunda-feira.

Em um encontro na Casa Branca em 9 de dezembro de 1971, Nixou perguntou ao presidente brasileiro se os militares chilenos eram capazes de derrubar Allende.

Médici respondeu que na sua opinião eram e "deixou claro que o Brasil estava trabalhando com este objetivo", completa o memorando, que deixou de ser confidencial em julho, como obriga uma lei de documentos oficiais americana.

Nixon deu seu consentimento à suposta desestabilização política brasileira no Chile, onde Allende assumira o poder há pouco mais de um ano.

O golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet aconteceu quase dois anos depois, no dia 11 de setembro de 1973.

"O presidente (Nixon) disse que era muito importante que Brasil e Estados Unidos trabalhassem estreitamente neste campo", acrescenta o memorando top secret, publicado pela organização não governamental National Secret Archives (NSA).

Nixon pediu a Médici, general presidente da ditadura militar brasileira desde 1969, que contasse como poderia ajudar.

"Se precisa de dinheiro ou outra ajuda discreta, talvez possamos colocar a sua disposição", disse Nixon.

Estados Unidos e Brasil, afirmou Nixon ao convidado brasileiro, "devem tentar e prevenir novos Allendes e Castros e tentar, onde for possível, inverter estas tendências".

"O Brasil, como país sul-americano, pode fazer muitas coisas que os Estados Unidos não podem na região", comentou Nixon durante o encontro.

O golpe de Pinochet contra Allende acabou com o primeiro governo de tendência marxista que chegou ao poder pelas urnas na América Latina e deu início a uma ditadura que deixou, oficialmente, mais de 3.000 vítimas, entre executados e desaparecidos (1973-1990).

Nixon renunciou em 1974 para evitar um impeachment iminente por parte do Congresso, em meio ao escândalo de Watergate.

Médici também perguntou ao presidente americano se o Brasil deveria apoiar os exiliados cubanos no país.

"Deveríamos, desde que não os empurremos a fazer algo que não possamos ajudar, e desde que nossa mão não apareça por trás", respondeu Nixon.

Ambos também examinaram como desestabilizar o presidente e general peruano Velasco Alvarado, considerado populista, supostamente com a informação de que tinha um filho ilegítimo.

Nixon valorizava tanto a relação com ditadura militar brasileira que chegou a propor um "canal direto" de comunicação com Médici, fora da diplomacia habitual.

O ministro das Relações Exteriores da época, Mário Gibson Barbosa, foi nomeado representante especial de Médici, enquanto Nixon atribuiu a missão ao então conselheiro de Segurança Nacional (mais tarde secretário de Estado) Henry Kissinger.

As comunicações secretas entre Nixon e o ditador brasileiro permanecem secretas, segundo a NSA, especializada na busca e publicação dos documentos confidenciais do governo americano durante a Guerra Fria.

"Os arquivos sobre o Brasil são um elo perdido na ampla documentação que atesta a intervenção estrangeira no Cone Sul durante aqueles anos", explica Peter Kornbluh, pesquisador do NSA especializado em Chile e Brasil.

Kornbluh pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a liberação dos documentos do período da ditadura militar no país.

"A história completa da intervenção na América do Sul nos anos 70 não pode ser explicada sem acesso aos documentos brasileiros".

http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5inWe4226RMf-zCXaUvmosqIHYhSA

15 August 2009

Prêmio Samuel Benchimol

Gostaria de encorajar a todos que conheçam e participem da quinta edição do Prêmio Samuel Benchimol, voltado a inovação e empreendedorismo na Amazônia.

O futuro da Amazônia depende do desenvolvimento de inovações (científicas e empresariais) que permitam a melhoria das condições de vida na região utilizando os recursos existentes (humanos e naturais) de forma justa e sustentável. Não se limite a apenas se indignar perante indicadores de desmatamento -- reflita, investigue e aja. Começe por aqui.

Mais informações estão disponíveis no site:


09 August 2009

Zona Franca de Manaus (ZFM): sua importância para a Amazônia e o

Prefácio do livro: Impacto virtuoso do Polo Industrial de Manaus sobre a proteção da floresta amazônica

  

Este livro vem prestar um grande serviço ao Brasil e à Amazônia, à medida em que demonstra, cientificamente, o efeito virtuoso da ZFM na proteção de parte da floresta amazônica.

Aos que veem o modelo Zona Franca com desconfiança, este livro adicionará o argumento ambiental de forma definitiva e contundente aos outros benefícios que trazemos ao País e, por quê não, para o mundo. A estes, Manaus e o Amazonas devem estar permanentemente abertos ao diálogo acerca das melhores formas de adaptação e evolução de nossa economia, desde que reconheçam nossa contribuição ambiental.

O que deveria ser um diálogo, historicamente tem se configurado em monólogo, um discurso vazio de preservação da floresta coibindo as atividades econômicas existentes, sem concepção de alternativas. Imagina-se que as alternativas para esta terra distante poderiam se limitar a catar castanhas e dançar boi-bumbá para gringos – o que os olhos não vem o coração não sente. Enganam-se os que acreditam que a Amazônia poderia assim ser preservada. A riqueza é pré-condição à preservação.

Àqueles que na Amazônia vivem e vislumbram um futuro próspero, tanto para a economia quanto para o meio ambiente, este livro preenche uma lacuna de argumentos. Sempre argumentamos que a Zona Franca é, em seu cerne, uma política econômico-ambiental, o que tentamos provar com anedotas e exemplos. Agora há uma obra, fruto de pesquisa científica da mais alta qualidade, escrita e revisada por personalidades de reputação ilibada e imparcialidade inquestionável, que substancia nossos argumentos, preenchendo-os com dados e conclusões concretas. Quarenta anos de gestação.

O professor Samuel Benchimol, meu avô, já dizia, nos anos 80, que o desenvolvimento sustentável da Amazônia teria que respeitar quatro paradigmas: ser economicamente viável, socialmente justo, ambientalmente adequado e politicamente equilibrado. O modelo Zona Franca de Manaus, como esta obra bem sustenta, responde aos quatro.

Nossa viabilidade econômica está comprovada pelo capital privado que em Manaus decidiu se localizar – em uma economia aberta e globalizada, o capital vota com os pés. Mais de quinhentas indústrias deram seu voto de confiança ao nosso modelo e aqui permanecem, não pela bondade de seus corações ou pela beleza do por do sol no Rio Negro, mas porque aqui conseguiram executar seus planos de negócio e obtiveram a rentabilidade desejada pelos seus investidores. Não nos esqueçamos que grande parte do sucesso do nosso modelo se deve à acolhida que demos a investidores do mundo todo, sem xenofobia ou discriminação.

A pujança econômica de anos recentes também permitiu o estabelecimento de políticas de formação e aperfeiçoamento de mão de obra que tornaram Manaus um dos pólos nacionais de desenvolvimento de tecnologia, baseado tanto nos investimentos estatais quanto nos ordenamentos legais da Lei de Informática que canaliza recursos para investimentos em pesquisa e desenvolvimento na Amazônia. Inicia-se assim, ainda que timidamente, a ocupação da Amazônia, não por agricultores como nos idos de 1970, mas por doutores, como deve ser.

Fica claro nesta obra a diferença social entre o Amazonas e os demais estados da região Norte. Comparemo-nos momentaneamente com nosso vizinho Pará, estado de belezas e riquezas no mínimo comparáveis às nossas. O Amazonas tem renda per capita aproximadamente o dobro do Pará – nossa área total desmatada é de 2% do território, contra mais de 20% em nosso vizinho. Pergunta-se por quê. Engana-se quem pensa que é porque os amazonenses têm melhor coração ou maior amor à floresta que os paraenses. É uma questão de modelo de desenvolvimento e volume de renda – indústrias ocupam pouco espaço enquanto que agricultura, pecuária, mineração e madeireiras, as principais atividades econômicas em nosso vizinho, ocupam vastas áreas com grande impacto ambiental. Além disso, o nível de renda diferenciado tem permitido ao Amazonas construir uma política e instituições que reforçam a conservação ambiental. São poucos os governos no mundo que, quando visitados por grandes pecuaristas ou agricultores, podem responder com segurança que tais investimentos não são bem-vindos em áreas de floresta nativa. O Amazonas pode, graças à justiça social proporcionada pela Zona Franca. Lembremo-nos que a renda per capita amazonense não figura dentre as mais altas do País, apenas próximo à média, portanto não há aqui concebido um excesso de justiça.

O equilíbrio político, requerimento do desenvolvimento sustentável, deve se iniciar pelo fator externo. O Brasil hoje brada, batendo no próprio peito de orgulho, que fomos os únicos dos grandes a preservar nossas florestas. Esta posição de liderança ambiental mundial, conforme demonstra habilmente e além de discussão esta obra, se deve em grande parte à Zona Franca de Manaus. Continuando no caráter político externo, a ocupação da Amazônia Ocidental é fator importante da liderança nacional na Amazônia e permitiu o estabelecimento de infraestruturas que beneficiam todos os segmentos, desde o científico à segurança nacional. Internamente no Brasil, a Zona Franca também goza de equilíbrio político, trazendo grandes contribuições, via Suframa, à Amazônia Ocidental por intermédio da redistribuição de recursos que estimulam tanto a pesquisa científica, quanto a formação de recursos humanos e o estabelecimento de infraestrutura. Mesmo estados não participantes da Suframa se beneficiam por meio dessa intensa movimentação logística. No âmbito nacional, a Zona Franca é grande compradora de insumos para suas indústrias e para consumo local (o Amazonas é deficitário na produção de alimentos). Por último, como já dizia o professor Samuel Benchimol, em vez de paraíso fiscal, a Zona Franca se constitui em paraíso do fisco, dado que se arrecada na Zona Franca muito mais do que se gasta nela, apenas do lado federal.

É claro que ainda há muito para se avançar e deixar para trás o conteúdo esquizofrênico do desenvolvimento regional. Ao mesmo tempo em que se implantou por quarenta anos uma política forte de incentivos fiscais, negou-se a conexão logística adequada e necessária ao pólo, seja ela fluvial (melhores portos, dragagem de hidrovias), rodoviária (estabelecimento e manutenção de rodovias), ferroviária ou aeroviária. Ao mesmo tempo em que se enriqueceu com mais empregos, a energia elétrica é de baixa qualidade e escassa, as telecomunicações são precárias e caras. Em 1967 demorava-se 15 dias de Manaus a São Paulo, principal centro consumidor nacional. Adivinhe hoje.

O próprio desenho do pólo carece ainda de maior aprofundamento regional, em busca de realizar um sonho antigo de integração das riquezas abundantes amazônicas com tecnologias industriais avançadas. Segmentos do pólo madeireiro, cosméticos, beneficiamento de produtos como castanha e borracha, são algumas das alternativas para enraizamento.

Apesar das muitas frentes de avanço e mesmo dos tremendos desafios enfrentados, é importante que pausemos por alguns instantes para reconhecer os frutos alcançados nestes últimos quarenta anos. Dado o tremendo êxito das políticas ligadas à Zona Franca, qual seja de alcançar os paradigmas necessários ao desenvolvimento sustentável, chega a hora de alçá-la ao hall de políticas nacionais sustentáveis de grande sucesso. Neste hall hoje figuram duas já consagradas políticas: a implantação de usinas hidrelétricas como alternativa barata e limpa em todo Brasil e a experimentação com o álcool combustível. Ambas alçaram o Brasil a líder num mundo cada vez mais preocupado com emissões de carbono, mudanças climáticas e aquecimento global. O leitor desta obra chega à conclusão que a Zona Franca de Manaus é a terceira política de grande sucesso ambiental nacional, pertencente sim a este hall.


Por Denis Benchimol Minev, Secretário de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas

 


26 July 2009

O Aniversário de Nelson Mandela


No dia 18 de julho Nelson Mandela completou 91 anos.  Ele, como cidadão do mundo, se enquadra no rol de pessoas que mudaram o destino da humanidade; há poucos como ele ainda vivos hoje, até mesmo porque o mundo tem uma triste tradição de ver tais figuras engolidas por atentados extremistas.  Neste rol, ainda vivo, creio que temos além dele apenas Gorbachev.  

Cabe por um momento lembrar um pouco da história de Mandela -- de líder pacifista em 1960, ele se transformou no principal sabotador e líder da guerrilha anti-apartheid até sua prisão em 1964.  O seu número de prisioneiro, 466-64, é hoje o nome de sua fundação, 46664.com (visite).  Passou 27 anos preso, até 1990.  Em 1991 se tornou líder do partido Congresso Nacional Africano e em 1994 foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul por cinco anos.  Ao término de seu mandato, retirou-se graciosamente da vida política, permitindo assim o fortalecimento das instituições nacionais, evitando também o ciclo interminável de ditadores que tentam se perpetuar no poder que é tão comum na África (para não entrar no tema na América Latina).  

Para a celebração, foi feito um grande concerto em Nova Iorque, onde inúmeras celebridades se amontoaram em elogios a Mandela.  Mandela fez um breve discurso, com os olhos brilhantes mas com a voz já denotando sua idade.  É a mensagem principal deste discurso que gostaria de transmitir aqui.  Apesar de todos os percalços da vida dele, ele afirma que o enorme trabalho da vida dele só foi possível com as pequenas ajudas de cidadãos do mundo que somadas derrubaram o apartheid.  

Exemplos: 
- Todos os cidadãos que se recusaram a tratar com sul-africanos que não publicamente denunciassem o sistema.
- Todos que protestaram contra o estabelecimento de embaixadas sul-africanas no exterior.
- Todos que enviaram 10 dólares de contribuição.
- Todos que explicaram aos seus filhos as maldades ocorrendo na África do Sul.

Cada um destes deu sua contribuição.  O trabalho de Mandela foi apenas de receber esta imensa força positiva mundial e canalizá-la em busca de democracia e liberdade em seu país.  Ele enfatizou que no mundo moderno você pode se manifestar com veemência de sua própria casa, desde contribuições por cartão de crédito até a utilização de sua rede de amigos via e-mail, orkut, twitter e outras redes sociais.  Nunca foi tão fácil para um cidadão comum se manifestar, nunca foi tão fácil obter informações de países normalmente isolados e desrespeitosos de direitos humanos, desde Coréia do Norte e Sudão a Myanmar e Cuba, nunca foi tão fácil descobrir e ajudar esforços importantes desde Cruz Vermelha e Anistia Internacional a Transparência Brasil e Instituto Ethos.  Com todas estas ferramentas, é importante não permitir que apenas os radicais se manifestem -- os canais estão abertos a todos, a começar pelo e-mail do Pridente Lula abaixo.


22 July 2009

Aniversário de 91 anos de Nelson Mandela

Participe da campanha do aniversário de 91 anos de Nelson Mandela, "With my own two hands" (Com minha próprias duas mãos). Grave seu próprio vídeo junto a estrelas e dê sua contribuição a um mundo melhor.

16 July 2009

Estatuto do Amazônida

por Samuel Benchimol

Confiando no êxito da próxima Conferência do Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas no próximo mês de julho – Rio/92;

Considerando a importância da Amazônia Brasileira pela sua grandeza continental, peculiaridade geo-regional e extensão de sua bacia hidrográfica;

Pensando na extrema variedade e complexidade dos seus ecossistemas florestais e a grande biodiversidade de suas espécies;

Enfatizando o rico potencial de seus varzeados, igapós, terras firmes, campos e cerrados e os seus complexos ecossistemas florestais;

Relembrando o enorme potencial de seu sistema fluvial para seu aproveitamento energético, transporte e navegação;

Recordando a abundância e variedade de seus recursos minerais, sua importância para a metalurgia e sua contribuição para a balança de pagamentos do país;

Examinando as recentes descobertas de hidrocarbonetos, petróleo e gás natural e suas grandes perspectivas de seu aproveitamento petro-químico e energético;

Registrando as conquistas já alcançadas no campo industrial, pela criação de pólos avançados e produção de bens e serviços, no campo agrícola com as culturas de subsistência e matérias-primas e nas áreas próprias de criação da pecuária bovina, bubalina e criatório em geral;

Rememorando o potencial de seus inúmeros pesqueiros de água doce, salobra e salgada e a riqueza que essa diversidade representa para a piscicultura e para a produção de alimentos;

Analisando a importância das populações nativas de índios, caboclos e nordestinos, que constituem a base de nossa formação histórica e humana;

Observando a riqueza cultural dessa pluralidade cultural e étnica, cuja integridade devemos preservar através da manutenção de sua identidade e/ou integração á sociedade nacional;

Auscultando a necessidade da educação em todos os níveis, da qualificação profissional, universitária e dos institutos de ciência, pesquisa e tecnologia e extensão;

Verificando que a cosmovisão da Amazônia Continental mostra que ela representa a vigésima parte da superfície terrestre, um quinto das disponibilidades mundiais de água doce, um terço das reservas mundiais de florestas latifodiadas, um décimo do biota universal, um quarto do volume mundial de carbono armazenado na sua biomassa vegetal, mais da metade do potencial hidrelétrico e de gás natural do Brasil e dos minérios de ferro, bauxita, manganês, cassiterita, caulim, ouro, potássio e outros; quatro décimos da superfície da América do Sul, três quintos do Brasil e apenas quatro milésimos da população mundial.

Levando em conta essa realidade e amparado em toda uma vida consagrada ao estudo deste pedaço do Brasil, lanço, aqui, o Estatuto do Amazônida para apreciação e debate dos participantes brasileiros e estrangeiros da Rio-92;

  1. Todo amazônida tem direito ao pleno uso, gozo e fruição dos seus recursos naturais existentes na área, desde que o faça de modo não destrutivo. Fica estabelecido o seu direito à subsistência, liberdade de escolha, livre iniciativa, trabalho produtivo e justiça social, e resguardada a sobrevivência das gerações futuras e ao convívio harmonioso com a natureza;

  1. Todo amazônida tem o direito a uma existência digna livre de quaisquer constrangimentos, injustiças e outras formas coercitivas que limitem o exercício de seus direitos de cidadania;

  1. Todo amazônida tem o direito de usufruir os produtos da floresta, cuja venda, a preços justos, lhe permita um padrão de vida digno;

  1. Todo amazônida tem o direito de utilizar os recursos pesqueiros de forma auto-sustentada, para garantir a alimentação de sua família, a elevação de seu padrão de vida e o exercício de atividade empresarial;

  1. Todo amazônida tem o direito – nas zonas apropriadas – de se beneficiar dos seus bens minerais existentes na região, dos recursos hídricos para transporte e geração de energia elétrica, do uso de terras para fins agrícolas e para formação de campos de criação;

  1. Todo amazônida tem o dever de proteger os recursos naturais florestais, hídricos e terrestres de forma a garantir o desenvolvimento econômico e social equilibrado, conservando-os e preservando-os para as gerações atuais e futuras;

  1. Todo amazônida tem o dever de resguardar as florestas naturais, parques nacionais, estações ecológicas, reservas biológicas, santuários da vida silvestres, monumentos cênicos e sítios arqueológicos;

  1. Todo amazônida tem o dever de exigir proteção ás populações indígenas, assegurando-lhes a demarcação e posse de suas terras e manutenção de sua identidade cultural;

  1. Todo amazônida tem o dever de lutar pelos seus direitos à saúde, educação, transporte, obras de infra-estrutura que permitam o desenvolvimento individual e de suas comunidades;

  1. Todo amazônida tem o dever de reagir contra toda e qualquer forma de intervenção internacional que implique o constrangimento à soberania brasileira, sem embargo ao reconhecimento à cooperação internacional, legítima e bem intencionada, para promoção de defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustenta da Amazônia.

Samuel Benchimol

Professor da Universidade do Amazonas

Janeiro/1992

11 July 2009

O Homework do Turismo

Esta semana um amigo turista me relatou um triste evento: ele buscava tirar uma foto, no porto de Manaus, da marca mostrando que a atual cheia ultrapassou a de 1953.  Entretanto, ele foi impedido de tirar a foto pelos seguranças, duramente argumentando que apenas passageiros poderiam ter acesso àquela área.  Ele prontamente comprou passagens por R$4 para Cacau-Pirêra, imaginando ser este o preço para tirar as tais fotos.  Vil engano...  Assim que ele passou a catraca e se aproximou do local, o mesmo segurança, agora acompanhado, questionou se ele era um passageiro de verdade.  Caso não fosse, teria de se retirar imediatamente, mesmo tendo pago.  A estória vai além, mas interrompo aqui para ilustrar o quanto estamos despreparados para receber turistas em geral, e principalmente a torrente que virá com a Copa.

Turismo é um velho sonho amazonense.  Promessas de uma Disneylandia amazônica já fazem parte de lendas e imaginários da região.  Três são os aspectos principais de preparação para o turismo: infraestrutura, pessoal e promoção.  Abordemos um a um.

Infraestrutura.  Começemos pelo aeroporto -- avançamos um pouco no que diz respeito à recepção, com algumas melhorias pontuais no aeroporto, mas a verdade é que ainda se demora muito na chegada internacional ao Amazonas.  Nosso leque de opções internacionais mostra sinais de expansão: voos diretos para Atlanta, Miami, Panamá, Caracas e Bogotá tornam Manaus o centro definitivo de conexões do norte brasileiro.  Esta gama de voos gera um efeito de rede que tende a fortalecer ainda mais a infraestrutura aérea de Manaus.  Por exemplo, com o novo voo direto de Cuiabá a Manaus, mato-grossenses agora chegam em Miami em um total de 9 horas, ao invés de um total de 12 horas indo por São Paulo.

Em termos físicos, não basta o Teatro Amazonas e o Encontro das Águas para tornar-nos uma meca de turismo.  Algumas obras e itens recentes melhoram as condições de Manaus postular o título de cidade turística: um novo porto da CEASA, a construção do Centro Cultural dos Povos da Amazônia, a renovação da Praça da Polícia e Batalhão-Museu,  o PROSAMIM (que ao menos remove grande vergonha nossa) e a Ponte (que além de meio de transporte também é marco na orla).  Parte da infraestrutura também inclui o fortalecimento de festivais, desde os do interior, com especial destaque para Parintins, à implantação dos ônibus de turismo que proporcionam uma alternativa agradável de visita à cidade.  Como frentes atuais de trabalho temos a construção do estádio (com enormes possibilidades de atração turística) e entorno (que possibilita a criação de um novo centro comercial e social da cidade) e a revitalização do centro de Manaus (ponto de trabalho essencial para valorizar nossa história em meio à melhoria de vida da cidade).

Nesta frente dou especial destaque ao Museu da Amazônia (MUSA), na Reserva Ducke, onde sonha-se estabelecer um museu vivo, aberto, onde através de passarelas e exposições integradas na floresta o turista poderá aprender um pouco do que a ciência já conhece sobre a floresta.  Teremos lá o tão sonhado aquário, que permitirá vislumbrar o comportamento de uma piraíba debaixo d´água (sonho pessoal meu), além de muitas atrações ligadas ao conhecimento indígena e à botânica local.  Imagina-se meios de capturar imagens em tempo real da vida na floresta, desde os grandes movimentos até a vida dos insetos e formigas.  Durante a reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) em _ a _ de julho, venha conhecer o protótipo do MUSA e dar sua contribuição.  Há aqui vasto campo para a iniciativa privada, desde a construção de novos hotéis ao estabelecimento de novas atrações turísticas; roubando o exemplo da Costa Rica, a iniciativa privada pode estabelecer teleféricos e rodas gigante em meio à floresta como forma de dar melhor vista da copa das árvores aos visitantes.

Quanto a recursos humanos, desde camareiras e cozinheiros a guias e gerentes, precisamos avançar no que diz respeito à prestação de serviços (desde serviços específicos a temas mais genéricos como o bom atendimento a clientes, vide primeiro parágrafo).  Línguas estrangeiras, principalmente o inglês, são essenciais para participar das oportunidades deste mercado.  Nos próximos meses devemos anunciar a estruturação de frentes de trabalho voltadas à Copa, mas você não deve esperar pelo Governo, se adiante e vá se preparando.

No que diz respeito à promoção, temos a marca Amazônia, talvez das melhores do mundo.  Temos como estado um histórico muito bom de redução de desmatamento e a reputação de melhor ponto de partida para a floresta.  Recentemente avançamos com um novo site de turismo, encorajo a todos que visitem o www.visitamazonas.am.gov.br; a internet é sem dúvida o novo campo de batalha de marketing de destinos, dentre os quais destaco a Costa Rica como o mais competente.

Sonhamos com um futuro melhor ligado à Copa.  Pairamos hoje sobre uma prancheta, mirando no horizonte e desenhando o que parece ser uma miragem.  Aperte sua visão, enxergue melhor sua miragem pessoal, rabisque-a e aperte o passo que 2014 se aproxima (faltam apenas 254 segundas feiras até o primeiro jogo).

30 June 2009

Carta dos Governadores da Amazônia ao Presidente

Veja no link abaixo Carta dos nove governadores da Amazônia ao Presidente da República, adotando posição conjunta a respeito do tema de créditos de carbono florestais. Busca-se assim uma modificação da posição do Itamaraty, que até hoje rejeita que a Amazônia receba créditos por sua preservação. Incentivos econômicos positivos pela preservação são essenciais para a construção da Amazônia que se quer: não só conservada mas também próspera.

26 June 2009

Carta de Palmas (TO) - V Fórum de Governadores da Amazônia Legal

Nós, Governadores dos Estados que compõem a Amazônia Legal - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, reunidos em Palmas, capital do Estado do Tocantins, considerando a atual crise mundial e seus reflexos sobre a economia brasileira, que reduziu receitas e capacidade de investimento, cientes de nossas responsabilidades sociais e comprometidos com o destino soberano de nossa região, destacamos:

1- A inclusão no âmbito do PAC o Projeto de Estradas Vicinais para a Amazônia PREVIA, dando ênfase à transferência expedita e desburocratizada dos recursos para a execução pelos Estados ainda no verão amazônico de 2009.


2- A criação imediata de grupo de trabalho composto pelos Ministérios de Relações Exteriores, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Assuntos Estratégicos, em conjunto com os nove estados da Amazônia, para rever a posição brasileira e elaborar proposta para remuneração por serviços ambientais, em conformidade com os seguintes fundamentos: i) os pagamentos devem ser destinados aos titulares das terras; ii) o conhecimento científico e a capacidade de monitoramento são suficientes para alcançar os patamares de transparência da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças do Clima - UNFCCC; iii) mecanismos flexíveis são cruciais para gerar benefícios para áreas de alta e baixa pressão de desmatamento.

3- A premente necessidade da participação direta dos Governos Estaduais nas ações de regularização fundiária, para o que é fundamental a transferência de recursos federais para as instituições estaduais de gestão fundiária.

4- O transporte hidroviário na Amazônia Legal é estratégico para a integração e o desenvolvimento regional. Neste sentido, faz-se necessária política consistente de investimentos e a aprovação de março legal em tramitação no congresso nacional.

5- O compromisso assumido pelo Governo Federal com os Governadores para restaurar o transporte aéreo regional na Amazônia Legal requer urgência nas providências de responsabilidade do Ministério da Defesa;

6- A necessidade de regime de urgência para a tramitação da PEC 315/2008, que trata da cobrança de ICMS na geração, transmissão e distribuição de energia, e do Projeto de Lei FPE-VERDE. Neste intuito, será formalizada agenda de reunião dos Governadores da Amazônia Legal com os presidentes da Câmara e Senado Federal.

7- Necessidade de imediata revisão da distribuição dos recursos previstos na resolução CMN 3716 de 17 de abril de 2009, considerando que os estados da Amazônia Legal não estão conseguindo recuperar as perdas do FPE, causadas pela desoneração do IPI. Também reivindicamos que recursos arrecadados na própria região pela SUFRAMA, atualmente contingenciados, sejam liberados aos Estados por meio de transferências voluntárias;

Palmas-TO, 26 de junho de 2009.

Governador Marcelo de Carvalho Miranda - Tocantins

Governador Arnóbio Marques de Almeida Júnior Acre

Governador Antônio Waldez Góes da Silva Amapá

Governador Eduardo Braga - Amazonas

Governador em Exercício João Alberto de Souza - Maranhão

Governador Blairo Maggi Mato Grosso

Governadora Ana Júlia de Vasconcelos Carepa Pará

Governador Ivo Narciso Cassol Rondônia

Governador José de Anchieta Júnior Roraima

25 June 2009

As Contas da Copa - Manaus

Gostaria inicialmente de saudar os críticos e as críticas recebidas durante as últimas duas semanas, a respeito da decisão de demolir o Vivaldão.  Aceitamos estas críticas na certeza de que são feitas com as melhores das intenções.  

O Projeto Copa 2014 é um projeto complexo, no qual algumas decisões foram tomadas baseadas nas melhores estimativas disponíveis.  Com a decisão de localização do estádio foi assim.  Basicamente, nosso estádio e entorno deve custar aproximadamente R$500 milhões -- nossa estratégia frente a FIFA para ser uma cidade selecionada foi de fazer um estádio único, com espírito amazônico (dado o desenho de cesta indígena), o que certamente onera o projeto.  Para contrabalancear estes custos, consideramos três itens adicionais: 1) a valorização do entorno do estádio, que em grande parte já pertence ao estado, o que pode ser vendido ou concedido com grande rentabilidade, especialmente considerando-se a ótima localização do empreendimento na geografia de Manaus, 2) a venda de direitos de marketing (conhecidos como naming rights) sobre um estádio que é central na cidade e é visto constantemente no dia-a-dia de todos e 3) a possibilidade da criação de um grande centro comercial, a rivalizar com os grandes shoppings da cidade, acoplado ao estádio, o que só seria possível se o estádio estiver em local de grande circulação da cidade.

Em suma, devemos sim gastar mais demolindo o Vivaldão e construindo um novo estádio no mesmo local, entretanto recuperaremos parte deste gasto com valorização imobiliária, marketing e centro comercial.  Fazer o estádio em outra localização não permitiria usufruir com tanta intensidade destes três benefícios.  Algumas vantagens adicionais incluem o plano de passagem do novo meio de transporte público (seja VLT ou monotrilho) na Constantino Nery e a economia com a manutenção do Vivaldão atual (este sim, sem nenhuma viabilidade econômica).  Não foi uma decisão simples e certamente envolve um número de riscos.  Lembre-se que esta decisão foi tomada em meio a uma disputa ferrenha sobre qual cidade seria escolhida para a Copa; Belém, por exemplo, optou por um projeto bem menos imponente e complexo.

Gostaria, além de dar estas explicações, de estimular o debate e a reflexão a respeito da Copa.  Além de uma oportunidade de renovação física de nossa cidade, por que não buscar uma renovação espiritual?  Num momento em que o Brasil adota uma postura mais proativa no mundo, num momento em que o Amazonas ganha importância não só ambiental mas também econômica, num momento em que nossa democracia se solidifica com um governante forte que aceita a alternância de poder, nós também precisamos assumir mais responsabilidades.  Estas responsabilidades vão desde se preocupar com as armas nucleares na Coréia do Norte com a sujeira de Sarneys e Agacieis no Senado Federal.  Nossas responsabilidade como cidadãos são de monitorar tanto os direitos humanos, sejam eles com genocídio no Sudão ou com prostituição infantil em Parintins, quanto o uso do dinheiro público, seja ele no Senado Federal com atos secretos ou com qualquer projeto estadual ou municipal, inclusive os relacionados à Copa.  



13 June 2009

The Amazon: The Future of the Forest / The Economist

The Amazon


The future of the forest


Jun 11th 2009 | MANAUS
From The Economist print edition

http://www.economist.com/displaystory.cfm?story_id=13824446

Brazil’s government hopes that land reform in the Amazon will slow deforestation. Greens doubt it





Still Pictures

THE tiny village, where naked Ticuna Indians live in wooden houses
raised on stilts, looks out over one of the rivers that becomes the
Amazon. No place seems farther removed from the ups and downs of the
world economy. But this is misleading. The Ticuna, who now have a large
reservation at Novo Paraíso near Brazil’s borders with Colombia and
Peru, took their first steps towards globalisation when they had the
misfortune to encounter Portuguese raiders several centuries ago.
Later, rubber drew the Amazon into the list of hinterlands that could
be tapped if supplies were tight elsewhere, allowing growth to
accelerate in much of the world from the 19th century onwards. And
today new demands on the Amazon’s riches will determine the future of
the forest.



About 900 miles (1,500km) downriver to the east, in Amazonas state,
stands Manaus. Rubber barons built the city from the 1860s onwards. Its
early residents made up for their distance from the European centres of
fashion by trying to outdo Paris during the belle époque in
drinking and debauchery. Now Manaus’s Zona Franca is the workshop for
most of the televisions, washing machines and other white goods sold in
Brazil. Special arrangements allow firms such as Sony and LG to import
parts tax-free from elsewhere in the world and assemble them there.
Despite being surrounded on all sides by thick forest, Manaus hums with
manufacturing.





Some 350 miles to the south-east, in Pará state, the high gold price has encouraged a few hundred garimpeiros,
or wildcat miners, to follow rumours of a strike and trek for days
through the forest to a place, not far from Itaituba, which they have
optimistically named “Bom Jesus”. They live in shacks with tarpaulins
to keep off the rain, digging square holes and sifting through the red
soil in the hope of finding a seam of gold. Malaria lurks there, and
the men say there is cyanide in the water. Apart from a visiting
government minister and some other dignitaries and journalists who have
come for the day by helicopter, there is nothing to indicate that the
Brazilian state exists. Its place has been taken by a local boss who
claims to own the land (though it actually belongs to the federal
government) and takes a percentage of any gold found, while charging
the workers exorbitant prices for supplies that are dropped off by
small planes.



South by 400 miles, in Mato Grosso state, the Amazon meets the
agricultural frontier. Much of the world’s growing demand for protein
is satisfied here. The state, which was once thought to have poor
farmland, has been transformed over the past few decades and is now the
country’s biggest producer of soyabeans for vegetable oils and
cattle-feed. Mato Grosso is also home to an unproductive kind of
agriculture, which involves ranching small numbers of cattle on newly
deforested land. The forest in the state shrank by 105 square miles in
the three months from November to January, according to the Brazilian
Space Research Institute, which uses satellites to monitor
deforestation.



All these places are part of the Amazon rainforest, an area
one-and-a-half times the size of India, or nearly eight times the size
of Texas. Most of it lies within Brazil. It is home to 20m Brazilians,
or 10% of the country’s population. Many of them live a hardscrabble
existence in places that are hot, wet, often disease-ridden and
sometimes dangerous. These people have gone from being heroes who
answered the government’s call to populate and subdue an empty region,
to environmental criminals who are wrecking the planet, all the while
standing on the same spot and doing what they have done for decades.



No government would think of condemning so many voters to persistent
poverty in the name of saving trees. Moving them is impractical and
would be unjust, since the state moved them in the first place, under a
policy that began in the 1960s and lasted for 20 years. (Other
institutions helped too; the World Bank provided a loan that financed a
large migration from the south of the country to Rondônia state in the
days before it cared about greenery.) A vast migration was accomplished
with promises of free land, subsidies and a slightly menacing marketing
campaign that exhorted people to ocupar para não entregar
(“occupy it or lose it”). Parts of Brazil’s government still fret that
covetous foreign powers may try to annexe the Amazon forest unless the
country can find something useful to do with it.



President Luiz Inácio Lula da Silva’s government has often seemed to
sympathise more with these voters than with environmentalists, who are
anyway politically weak in Brazil. His first environment minister,
Marina Silva, resigned in frustration last year. This pleased the bancada ruralista,
an informal block of representatives who defend agricultural interests.
They were glad to see the back of Ms Silva, the daughter of
rubber-tappers who grew up in the forest and became the most eloquent
spokesman for the need to preserve it. This agricultural lobby makes up
20-25% of Congress, according to João Augusto de Castro Neves, a
political consultant.


Fires, grass, cattle



To improve the lives of Brazilians living in the Amazon, the
government has devised a set of policies known as Plano Amazônia. They
envisage an expansion of road-building in the forest, as well as some
big hydroelectric projects. Both are loathed by people who want to
preserve the trees. Plano Amazônia also contains measures to slow
deforestation, but these will be hard to enforce. Money is short, the
area to be policed is vast, and the folk who make money when the trees
are cut down are endlessly ingenious.



Many people derive their income from deforestation. In Tailândia, a
town in Pará surrounded by sawmills, some 70% of the population depends
on logging in some way, according to local officials in the state’s
finance ministry. The loggers work in tandem with cattle farmers: once
the loggers take the best trees from an area, the rest is cleared and
burnt. The farmers then sow grass and raise cattle. The land is quickly
exhausted as pasture, but it then passes to another type of farming,
while the loggers and cattle move farther into the forest and begin all
over again.



This pattern helps to explain why the rate of deforestation tends to
move with prices for beef and soya, with a lag of about a year. Yet it
is a wasteful way of using land. A recent study of some 300
municipalities in the Brazilian Amazon, published in the latest edition
of Science, shows that deforested areas enjoy a short
economic boom, then quickly fall back to previous levels of development
and productivity as the frontier moves on. Deforestation also, of
course, reduces the rainfall on which Brazil’s agriculture depends.



Consumers in America and western Europe who mind about deforestation
may think they have some influence over all this. A recent study by
Greenpeace encouraged them, by trying to show that bits of Amazonian
cow were finding their way on to supermarket shelves in the rich world.
They are wrong, however. The five leading markets for Brazil’s enormous
beef exports (the country ships more of it than the total of the three
next-largest exporters, Australia, Argentina and Uruguay) are Russia,
Iran, China, Venezuela and Egypt, according to Roberto Giannetti da
Fonseca of the Association of Brazilian Meat Exporters. And in any case
the beef produced in the Amazon is mostly eaten by Brazilians in
neighbouring states.



Even so, Mr da Fonseca says his association would like to see
cattle-ranching removed from the Amazon, because of the damage it does
to the reputation of exporters. The big soyabean exporters have already
pledged not to buy from growers in the Amazon. Greenpeace, which helped
to design the agreement, counts it as a success. This just leaves an
internal market for cheap soyabeans and beef, which supports 30m head
of cattle in the Amazon out of a total of 200m in the country.



Given the hardships that farmers in the Amazon face, it may seem
surprising that they do not just give up. One reason is that clearance
and cattle bring in extra money from other sources. The farmers are
also property developers of a kind. Jungle land can be grabbed for
nothing, avoiding what is normally a huge outlay in farming. And
ranchers often sell the land they have deforested to another user, even
though they do not legally own it. Most people who study deforestation
reckon this creates an incentive for farmers to push farther into the
forest, rather than staying where they are, spending money on improving
their land and raising productivity.



Ending this cycle is one aim of a land-reform bill that was recently
approved in Congress, though not without controversy. This law is now
with the president, who has the power to veto some of it. The
government claims that the legislation will at last enable it to
discover which farmers are operating on illegal land and in the
informal economy, and in the future will make it possible to work out
who is committing environmental crimes. Many environmentalists,
however, think the law merely rewards criminal behaviour. Ms Silva has
appealed to Lula to use his veto.


Get off my land



Holdings in America’s Great Plains, impressively neat and
rectilinear from the air, were laid out in various early land laws and
then parcelled out among pioneers. Brazil’s frontier has never
benefited from such an elegant application of geometry. A study from
Imazon, a non-profit research outfit, suggests that just 14% of
privately owned land in the Amazon is backed by a secure title deed.
The rest is covered by fake documents (usually lovingly antiqued) or
simply by right of settlement.



In the most contested parts of the forest, in Pará state, conflicts
over who owns what are sometimes settled with a gun. In 2005 the murder
of Dorothy Mae Stang, an American nun and environmental campaigner who
lived in Pará, brought this to the attention of a wider public. In his
trial, the man who pulled the trigger said he had been paid 50 reais
($20) for the job.


Eyevine Tranquillity on the river

There are still gunmen for hire in Pará, according to the police in
Tailândia, a town of 25,000 people. Rosenildo Modesta Lima, the local
police commander, says that when he arrived there a couple of years ago
there were seven murders over one weekend; now there are two or three a
week. The police are on edge. Just the other day a heavily armed gang
attacked a police station in a neighbouring town in an attempt to get
more weapons. Two gang members were killed and a third injured.



The new law will interpose the Brazilian state into this mess,
judging between competing claims, handing smaller plots of land to
their apparent owners and reclaiming very large ones (in excess of
1,500 hectares or 3,700 acres) for the state. This will undoubtedly
entrench some old injustices. “It’s very hard to know who killed
someone 20 years ago to get a piece of land and who just arrived
recently,” says Denis Minev, the planning secretary for Amazonas state
(which has a good record on deforestation). Even so, in the long run
the measure may prove useful. “Land regularisation is of fundamental
importance for halting deforestation,” says Carlos Minc, Brazil’s
environment minister.



Enforcing the new regime will be as difficult as ever. IBAMA, the
federal agency charged with this task, collects less than 1% of the
fines it imposes during operations in the Amazon. “This is not
something that is feared as a serious threat by people who break the
law,” says Roberto Smeraldi of Amigos da Terra, an NGO. The sporadic
weakness of the Brazilian state is partly to blame for this. But any
government would struggle to police the frontier between forest and
farmland, which is far longer than America’s border with Mexico.



This is why many environmentalists now argue that the only way to
fix the problem is to give people who live at the frontier something
more profitable to do. The government has begun to change the region’s
economies. Since July last year farmers without titles to their land
are supposed to be denied access to subsidised credit, though this too
is hard to enforce.



Efforts to commercialise forest products, from Amazon river fish to
oils for use in cosmetics, are also under way. Amigos da Terra, in a
study of these businesses, finds them to be profitable when they form
clusters and turn out finished products. “I am convinced that in 20
years we will have a viable forest economy,” says Mr Smeraldi. “Only by
then we will have lost a lot of forest.”



Speeding up this process is one of the motives behind the $1
billion donation for the Amazon announced in September by Norway’s
government. The Brazilian government has set up an Amazon Fund for this
money and any future donations. Norway will have no say in how it is
used, but the amount of money it releases from the fund will be linked
to Brazil’s success in slowing deforestation. Germany will give
something to the fund too. Turid Rodrigues Eusébio, Norway’s ambassador
to Brasília, says lots of other countries are watching Norway to see
how the experiment goes, and will chip in if it is a success.


Google Earth Depredation from space

Amazon states hope to acquire another stream of money, in the form
of payments for not cutting down trees, from the UN initiative known as
REDD, which will be discussed in Copenhagen in December (see article).
Payments of this kind are already being made in Amazonas state: $8.1m
from private companies such as Marriott hotels and Bradesco, a big
bank, is being handed over by the state government to 6,000 families in
exchange for not cutting down any more trees. The challenge is to
extend such schemes to the trees on the edge of the farmland, which are
most at risk.



Still, argues Ms Rodrigues Eusébio, it will take more than changing
cattle-ranchers into nut-gatherers to put a stop to deforestation. To
bring a more elevated form of economic development to the region,
Brazil’s government is convinced that it needs to build more roads in
the forest. This too is controversial. Some 80% of deforestation
happens within 30 miles of a road. Seen from Google Earth, the southern
part of Pará state looks as if someone has dropped large fish skeletons
on the jungle, as spines of deforestation push into the trees from
either side of the roads. Deforestation is more severe where a road is
good, which is why the proposed asphalting of the BR-163, from Cuiabá
in Mato Grosso to Santarém in Pará, is held up by a legal wrangle.



However unpalatable road-building is, it may be needed if the people
who live in the Amazon are to lead a better life. “The Everglades are
very beautiful, but America did rule out building roads through them to
connect Miami with other parts of Florida,” says Mr Minev of Amazonas
state. The government now knows how to build roads without unleashing
the loggers, he argues. Amazonas has recently signed an agreement
creating nature reserves on either side of the BR-319, which runs from
Manaus to Porto Velho. The road will help to integrate Manaus into the
rest of the country’s economy. When the Zona Franca was established in
1967, it took 15-20 days to get goods to consumers in São Paulo, in the
country’s south-east. It takes the same amount of time today.



In this vision of the Amazon, the forest will be preserved as a
large national park with sprinklings of industry added to enrich its
inhabitants. The agriculture at its edge will be more productive than
it is today, making use of abandoned land and raising yields to meet
domestic and foreign demand without encroaching farther into the
jungle. This is aim is plausible, as well as commendable, but it will
take decades to accomplish. In the meantime, the forest will continue
to shrink. The fight today is over how fast that happens.